Considerações sobre o processo de escrita, leitura e pesquisa
(Reginaldo Soares)
É razoável, no mínimo, a prévia percepção da(s) produção(ões) acadêmicas(s), por parte de quem está desvendando os caminhos para tais tarefas, dos aspectos que envolvem o produzir científico/acadêmico, e que não é somente mera reprodução/cópia, e exige estudo, dedicação, habilidades etc. Para sabermos se estamos buscando ou satisfazendo alguns dos requisitos do trabalho científico/acadêmico, é necessário obter respostas, indagar, enfim, utilizar-se dos recursos/ferramentas para o processo desses afazeres acadêmicos.Vamos observar alguns aspectos importantes para realizarmos o processo de estudo/pesquisa acadêmico através de três pontos básicos: escrever, estudar e pesquisar. Primeiramente, escrever é mais do que decodificar textos e transcrever pensamentos/ideias. Pense no seguinte: como escrever algo fidedigno, como um texto sobre informática, se você não buscou informações primárias, associar com ideias ou conhecimentos prévios sobre o tema, ponderou nele, pra depois começar a escrever (e (re)escrever)?Somente ler não seria o bastante, concorda? Isto, na verdade, é óbvio e prévio. O processo de escrita é realizado através de uma preparação de conteúdo, depois uma leitura selecionada, apontamentos, releitura, escrita e reescrita (e, se preciso, outras reescritas). O que tentamos produzir em textos é sempre algo novo, não totalmente novo, mas inovador.Vejamos um dos pontos envolvidos nesse processo, só para termos a ideia de quão é a dimensão no ato de escrever. Segundo Severino (2010), a análise de interpretação de texto envolve vários aspectos, ou procedimentos. Há o diálogo (autor-leitor), o pensamento filosófico do autor do texto, a associação das ideias e a crítica por parte do leitor. Dentro da associação das ideias, temos um emaranhado de passos, como por exemplo, perceber as ideias contidas no texto, relações do texto com conhecimentos prévios (referente à temática), meditação e absorção de ideias inovadoras. Isso é só um exemplo de pontos necessários para se apreender, de fato, o que se quer iniciar a produzir literariamente. Temos algo, quer dizer, muitas coisas para aprender (e reaprender) constantemente.Neste universo acadêmico, a “prática nasce da concepção sobre o que deve ser realizado, e qualquer tomada de decisão fundamenta-se naquilo que se afigura como o mais lógico, racional, eficiente e eficaz (LAKATOS: 2010, p. XVII). Essa é a direção a ser tomada, o ideal a ser seguido: tornar-se inovador, original, contribuinte.Em segundo lugar, estudar é mais que ler, apontar. O que se faz ao estudar? Escolher uma única obra/texto? Ler-se somente o que está explícito? Produz um conhecimento pronto e acabado? Seguramente que não. Ao estudar, nos preparamos, buscamos fontes, analisamos a proveniência dos textos, selecionamos o que é útil, lemos, anotamos, relemos (releitura sempre que for necessário), interrogamos ao autor/texto, concluímos, escrevemos (ou resumimos) nossas conclusões, ponderações.No estudo, a leitura deve ser proveitosa. A atenção é essencialmente o primeiro passo a ser tomado. A reflexão faz parte desse passo. Esta é uma maneira para que nossa mente se prepare para entender, assimilar o que o texto propõe. Lakatos argumenta que o espírito crítico necessário durante a leitura “[...] implica julgamento, comparação, aprovação ou não, aceitação ou refutação das diferentes colocações e pontos de vista” (LAKATOS: 2010, p. 2).Percebemos que a leitura exige um juízo crítico de valor, pois não só concordamos/discordamos plenamente, mas absorvemos e tiramos conclusões próprias. Ainda, ler com espírito crítico significa fazê-lo com reflexão, não admitindo ideias sem analisar ou ponderar, proposições sem discutir, nem raciocínios sem examinar; consiste em emitir juízo crítico de valor, percebendo no texto o bom e o verdadeiro, da mesma forma que o fraco, o medíocre ou o falso (idem, p. 2).Mais uma vez, a leitura tem objetivo, tem análise e aplicação de conhecimentos absorvidos. Não é somente ler, como se diz, ‘ler por ler’. Este é o significado da leitura. A escrita também está inserida no ato de estudar, de modo que tudo o que se estuda, se escreve – seja resumindo as ideias, seja analisando através de produções acadêmicas, ou de qualquer outro modo.Em terceiro lugar, pesquisar torna-se importante quando perguntamos, levantamos problematizações, respondemos (sugestões para a solução de problemas abordados em um tema), concluímos ideias e pensamentos.As perguntas são essenciais para aumentarmos nossos conhecimentos. Como disse certo matemático, ‘sabemos o tanto que perguntamos’. Daí a importância das interrogações durante a pesquisa.Evidentemente, a pesquisa é sistêmica, e precisamos nos adequar a esse procedimento. Seus passos compreendem a seleção do tema, definição do problema, levantamento de hipóteses, coleta e análise de dados, e o resultado da pesquisa propriamente dita (LAKATOS: 2010, p. 139). Tais resultados obtidos dessa pesquisa traduzem o que investigamos, o que nos dá uma satisfação do que produzimos e contribuímos para determinado aspecto da prática científica.Temos muito o que se aprender, apreender, reaprender. Transpiramos muito ao escrever, estudar, pesquisar. Ao ponderarmos sobre o que escrevemos, traremos produtos eficientes para a contribuição da prática científica. Estudar implica escrever, ler, julgar, refletir. Quando fazemos perguntas, a pesquisa pode nos trazer resultados dessas inquietações. E, por mais que nos aperfeiçoamos, buscamos, tanto mais estaremos escrevendo, aprendendo, pesquisando.
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