O Principezinho
(Antoine de Saint-Exupéry)
A leitura que poderia
ser breve, torna-se deliciosa demais para ser feita uma única vez. E, neste
caso não existe excepção. O rosto que transmite a felicidade e tranquilidade
estampa-se num livro singelo cujo título sugere delicadeza, temperamento e uma
viagem ao interior da nossa criança, que de facto nunca morre. Pode apenas e
tão só, ser camuflada. Pelas mais variadas investidas e adversidades que se
interligam e cruzam como que se de um todo se tratasse para que no final saia o
refinado, o apurado …o excelso.
No ínterim, a
variedade de induções e deduções irá fazer as suas traduções de quem somos, o
que queremos e para onde iremos.
A pequenez do nome –
O Principezinho - que gramaticalmente reconhecemos como diminutivo, permanece
numa grandeza durante a sua leitura e à medida que avançamos, descobrimos que a
simplicidade de se ser pequeno é a capacidade de comunicar sem ferir, sem
magoar, sem transtornar e muito menos impor seja o que for.
O real choque da
introspeção é feito no adulto, com a finalidade deste rever-se no que tem de
mais perto – a adolescência, que é repleta de sorrisos, gargalhadas
descontraídas e encontros amigáveis onde moram a surpresa da descoberta de um
mundo afincado em maravilhar as mentes que se acrescentam ao discernimento -
tão ténue inicialmente – já sentido no tacto subtil daqueles, cujas cãs,
atestam uma sabedoria única e no entanto, universal.
Posteriormente, o
autor deste grande pequeno Principezinho, induz o maduro, a pestanejar para que
desta forma, tenha o seu derradeiro encontro – com a verdadeira criança. Aquela
que pergunta, “porquê, mas porquê?”, e continua sem se cansar, sorri e dentro
das suas inquirições profere sentenças tão reais como verdadeiras e confere o
sentimento de certeza, sem variação, sem hesitação ao ouvinte que se espanta e
fica fascinado com o que assimilou em tão poucas palavras, em tão poucas
relíquias que estão guardadas no cofre incorruptível – o coração puro do
Principezinho.
O Principezinho, que
demonstra a importância das relações com o cuidado deitado na sua ovelha, a
ternura e paciência para a flor e tantas outras situações em que a
magnificência de ser criança, sobressai sempre, no apontar daquilo que gosta ou
não gosta, e neste estar, percebe-se com nitidez a tristeza ou a alegria sem
qualquer hipocrisia.
No decorrer das
etapas, o autor evidenciou uma enorme capacidade de trazer sensibilidades
humanas no seu estado mais puro. E com toda a certeza o personagem,
Principezinho, foi a escolha mais adequada, mais acertada, mais envolvente e
comovente, no passar do tempo para atestar a veracidade de que continuamos a
ser crianças e sempre o seremos.
Resta-nos portanto,
aninharmos à ideia, a atitude e assim, não nos esqueceremos jamais, como
éramos, como somos e mais importante - como seremos.
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