O homem que sabia javanês 
(Lima Barreto)
  
Numa padaria dois velhos amigos confabulam. Entre risos e chacotas um deles conta ao outro a sua vida diplomática. Porém o outro estranha  e quis saber como é que ele, um homem despreparado, pobre, sem cultura tornou-se diplomata.  Ele disse que foi graças a ele saber falar o idioma javanês que atingiu tal vida. E contou sua estória desde o inicio.Andava a fio numa tarde quando deparou com uma noticia no jornal:" Procura-se um professor de javanês". Passou numa biblioteca e pesquisou o assunto  e imaginou que ninguém mais sabia do assunto, inclusive quem estava procurando o tal professor. E tinha razão. O velho barão que procurava alguém que soubesse javanês queria pagar uma promessa que fizera ao pai que por sua vez também  fizera a promessa ao pai dele. Ninguém cumprira tal promessa, ninguém sabia o idioma javanês e o velho queria aprender para ler um livro do avô que lhe traria grande felicidade. Estava velho, sentia a morte perto e queria cumprir tal promessa.O malandro então começou a enrolar o velho nas falas, pois também não sabia. Queria apenas ganhar dinheiro e diante das dificuldades que o barão apresentava, pois ele corrigia sempre o barão sem saber nada, ele propôs apenas ler, pois assim cumpriria a promessa.  O barão gostou, seus filhos também aceitaram porque afinal de contas eles desvendariam o conteúdo sem precisar se esforçar tanto.O malandro anotava algumas páginas, levava para casa, ia á biblioteca, procurava traduzir e dias depois trazia para o barão. Muitas vezes não conseguia tradução e inventava estórias, lendas passadas, fatos ocorridos há séculos.Contentes, os familiares do barão lhe adiantavam dinheiro, presentes. Foi indicado para a diplomacia. E o velho morreu, contente e num baile de cônsules ele foi apresentado ao presidente como o único do país a saber o idioma javanês. O presidente pediu discursos, conversavam sobre a ilha de java, as lendas locais e Caetano foi indicado para um Congresso de linguas em Paris onde foi recebido com louvores. Chegou a publicar um livro sobre os costumes javaneses. Recebia prêmios, honrarias, louvores e muitos mimos, mas nunca soube nenhuma palavra do idioma javanês. 
 
  
 
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