O Imoralista
(André Gide)
O
Imoralista é um livro escrito pelo francês André Gide publicado na França em 1902.
Gide
conta a história suave e sofisticada de um homem, Michel, que, após se recuperar
de uma tuberculose, adquirida na África do Norte, começa a ver o mundo, a
natureza, a sociedade e a sua própria sexualidade sob uma perspectiva
radicalmente diferente da qual estava acostumado e conhecia, fruto de uma
educação austera e puritana. Transforma-se em voyeur de sua própria memória,
renuncia a vida anterior, ajuda aqueles que o furtam, coloca sua propriedade à
venda e une-se a Marcelina, para satisfazer a vontade do pai moribundo, que de
esposa, torna-se enfermeira. Arrependido, procura assumir seus encargos como
marido, mas a tentação de liberdade é mais forte. Seu caminho passa a ser o de
destruir, nunca o de usar a liberdade.
As
alusões à homossexualidade do protagonista são muito delicadas, aparecendo
apenas indiretamente, mais por subentendidos relacionados com a situação
descrita que por uma referência clara e objetiva: a preferência de Michel por
estar entre trabalhadores de "classe baixa", a sua admiração por
Moktir, um jovem árabe a quem tudo é perdoado; o beijo roubado ao condutor
Siciliano, bem como os parágrafos finais mais francos e diretos sobre Ali:
"Ela (a irmã de Ali) não estava aborrecida, mas agora, de cada vez que a
encontro, ri-se e mete-se comigo dizendo que eu gosto mais do rapaz (Ali) que
dela. Afirma que é por causa dele que eu fico (no Norte de África). Talvez não
esteja completamente errada...".
A linguagem
utilizada na narrativa de Gide no romance é simples e linear, mas muito
elegante e quase poética. Escreve na primeira pessoa, como se contando as suas
próprias experiências numa confissão delicada feita em sussurros.
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