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A Bela Moleira
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Sinopse. Comédia. Fins do século XVII. O reinado de Nápoles vivia
sob dominação espanhola, e as pequenas vilas sofriam com a tirania dos
governadores locais e sua cobrança excessiva de taxas. O fato de ser casado com
a belíssima e exuberante Carmela, no entanto, garantia ao moleiro Luca a
amizade do governador Don Teófilo e benefícios como a prioridade na venda de
grãos e a isenção de impostos. Durante uma grande feira em homenagem ao patrono
da cidade, a atenção despertada por Carmela irá provocar uma pancadaria
generalizada entre os homens, fazendo com que Luca vá parar na cadeia. É o
momento para que o sedutor Don Teófilo, aproveitando a ausência do marido,
ponha em prática o seu plano de conquistar a mulher mais cobiçada da cidade.



Comentário. A troca de favores e o uso da máquina estatal em
benefício próprio, vícios que acompanham todas as sociedades, são o mote deste A Bela Moleira (La Bella Mugnaia, Itália,
1955). No filme, tais práticas estão mais do que entranhadas na população, onde
mulheres deixam os homens que amam para se casarem com membros do alto escalão
do governo, enquanto o próprio governador inventa qualquer desculpa para
aumentar a arrecadação (como a “taxa da chuva”) ou livrar-se de seus desafetos.
O próprio chefe de polícia, para consolar o moleiro Luca, que, na cadeia, pensa
que Carmela está se entregando a Don Teófilo, diz que já passou pela mesma
tragédia e pergunta: “Como você acha que me tornei capitão?”



Para Luca e Carmela, tudo isto é
natural. Ambos estão cientes dos benefícios que a beleza dela traz. Aos
populares, diante de tanta “fortuna” (até os padres comentam a beleza das
pernas de Carmela), resta reagir com a inveja e a fofoca. Quando a ameaça dos
chifres passa a rondar-lhe a cabeça, no entanto, Luca é obrigado a rever a sua
posição. É a sua revolta, e a astúcia de Carmela para escapar das investidas do
governador em sua própria casa, que substituirá, na metade do filme, o pastelão
que vinha se desenvolvendo até o momento. As brigas na cidade, como a de
Carmela se estapeando no meio da farinha com uma mulher que a chama de
“desavergonhada”, e a de Luca que irá levá-lo à prisão, são então substituídas
pela comédia de erros e troca de identidades. A ação de cada personagem é
guiada pelo engano, e pelo engano do outro, num efeito bola de neve até chegar
ao clímax no palácio do governo, onde, com a ajuda da primeira dama, Dolores,
Luca aprenderá a transmitirá a todos uma valiosa lição.



Trata-se de humor malicioso, à
época, e ingênuo em nossos dias. Há muita gritaria entre os atores, cuja
interpretação é aqui guiada pelo excesso, dando ao filme um clima de histeria
nem sempre necessário. Deve-se destacar, no entanto, o talento do ator e
diretor Vittorio de Sica para a comédia. Seu Don Teófilo está impagável,
principalmente quando faz dupla com o subordinado imediato, que o acompanha nas
piadas e na mise-en-scène. Como
curiosidade, A Bela Moleira, embora
tenha feito sucesso nas bilheterias americanas, foi condenado pela Catholic
Legion of Decency de lá, e é baseado em El Sombrero de Três Picos, do espanhol Pedro
Antonio de Alarcón. O mesmo romance já havia sido levado às telas
anteriormente, e pelo mesmo diretor Mario Camerini, que em 1935 dirigiu Il Cappello a Tre Punte.



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