Robinson Crusoe
(Daniel Defoe)
Ao ler este livro de grande parecer e entender durante as épocas que tem subsistido e permanecido, demonstra em profundidade, numa sabedoria quase intemporal de que nos tempos atuais, há cada vez mais “Robinsons Crusoes”.O livro traz à atenção sobretudo o tema da solidão. Nenhum ser humano – em perfeita e sã consciência – gosta de estar sozinho. Salvaguarda-se os momentos saudáveis que todos precisamos para pensar e meditar. Extra isso, a companhia de outros como nós é de todo necessária para sobressair e sobressairmos.Robinson obtém uma experiência única, quando se depara numa ilha isolada das regras e confortos adquiridos ao longo dos séculos pelas civilizações, que se foram fazendo civilizadas com mais regras que se mostram necessárias para que as normas sirvam o bem-estar de todos. O encontro com a sobrevivência indica-lhe que por muitos inconvenientes que tenham o mundo regrado, composto por iguais, é sempre melhor do que o novo método de ser “o faz tudo” para obter o básico. No decorrer das horas, dos dias, das semanas e meses, Robinson aprende a ter um certo “conforto” com método e regras que ele mesmo impõe para que a sua sanidade mental consiga adaptar-se à realidade que talvez seja para toda vida. Todavia, algo mais forte o impele para a derradeira questão: “estaria sozinho?” Isto é mais do que uma questão, é uma demanda da natureza humana. Lei fundamental da continuidade da humanidade.A visão de outros seres humanos com hábitos considerados selvagens, pois é inconcebível o canibalismo ou outro qualquer sacrifício desumano, deixa a perplexidade operar em Robinson. E é mais que certo que Robinson teria de tomar uma atitude para salvar aquele, que no momento parece ser uma vítima – muito embora pertença ao grupo dos demais incivilizados ou assim considerados. A relação de gratidão pelo então batizado por Sexta-Feira é um tipo de sentimento que Robinson espera, aliás, todos nós esperamos quando temos uma atitude benéfica para com outro. Esta gratidão transformou-se em lealdade – diríamos quase infinita – que agradava particularmente a Robinson, que ao mesmo tempo tinha alguém - embora inicialmente não entendesse muito bem o que ele dizia – para partilhar, ensinar e por muito que não transparecesse neste livro, alguém que também o ensinava que o melhor tesouro, somos nós – os seres humanos, uns com os outros. Com defeitos e qualidades, com alegrias e lamúrias, com conveniências e inconveniências, com planos e imprevistos, os seres humanos suportam as intempéries e tentam, tentam sempre e constantemente sair das situações desagradáveis, que se encontram em cada esquina da vida, com elegância e encanto que ficará de certeza absoluta bem, na altura de contar às gerações posteriores. No contato com os outros, muitas são de distâncias requeridas, devido ao sentimento de repulsa pelos atos praticados fora das normas ou das regras e isso aconteceu com Robinson aquando do encontro com estes. Por outro lado os laços criados, onde afetividade, a amizade e a ternura por pequenos mas significativos gestos, são indeléveis. Pois estes além de agradarem, assentam-se na norma de que dar é melhor do que receber.
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