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Titília e o Demonão
(Paulo Rezzutti)

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A descoberta em 2010, de 94 cartas de amor de D. Pedro à sua amante,
a Marquesa de Santos, perdidas há cerca de quase dois séculos, é o que motiva a
elaboração desta obra. O autor do livro
e também da façanha, arquiteto e pesquisador independente, reserva as cartas,
que estão cheias de notas explicativas para a conclusão do livro. Em anexo,
algumas das poucas cartas escritas por ela a D. Pedro. Ela era orientada a
queimar todas que recebia dele, mas não obedeceu à ordem.

O livro se inicia com um relato
próprio do que foi o relacionamento entre D. Pedro e sua amante. Comparando
este livro com outro sobre o mesmo tema da autora Isabel Lustosa, notamos aqui
uma imagem diferente da jovem Domitila, a Marquesa.

Talvez, a historiadora (por ser
mulher) concentre-se mais na figura da esposa traída, a Imperatriz D.
Leopoldina, sendo lá relembrado que fora chamada a ‘mais amável das princesas’.
O casamento foi arranjado, mas por um tempo ela e o marido ‘chegaram a namorar’.
Ao contrário, a corrupta Marquesa obtinha ganhos em negociações ilícitas com
negociantes do porto do Rio. Em contrapartida, talvez, o pesquisador (por ser
homem) detenha-se na preservação da imagem ilibada da amante. Criticada na
Corte por não contar com sangue azul em suas veias, não teria arrancado de D.
Pedro favorecimentos especiais para ninguém de sua família ainda que esta se
tenha mudado em peso ao Rio de Janeiro. Ele destaca que em certos momentos, o
afastamento definitivo de Domitila da Corte foi tratado como negócio de Estado
e ela teria custado muito a desistir de lutar por sua permanência.

De qualquer forma, ambos os
autores concordam diante de fatos irrefutáveis. Domitila era maltratada pelo
ex-marido, D. Pedro, como todos os príncipes, se casou por acordo político e
não amava sua mulher. O imperador e sua amante foram apaixonados, apesar de
eventuais rusgas, e apesar do comportamento infiel dele que sempre teve outros
casos, um deles com a própria irmã da Marquesa. Se D. Leopoldina não tivesse em
excesso a boa educação que faltava ao marido, e sim cultivasse o forte
temperamento de D. Amélia (a segunda esposa), o caso não teria sido tão
escancarado. Ela própria não teria morrido provavelmente de depressão.

Muito interessante em relação à pesquisa
é que, embora a maioria das cartas descobertas não seja datada, foi possível identificar
a época em que foram escritas de acordo com detalhes de cada uma. Os demais nomes citados nas cartas (filhos,
parentes e amigos) não são todos reconhecidos, mas quando a identificação é possível,
o autor dá riqueza de informações sobre eles ao leitor. Vilã para uns, heroína
para outros, vários anos após a morte de seu amado imperador, Domitila volta ao
Rio para pedir ao novo imperador, filho de seu amante com a esposa legítima (D.
Pedro II) permissão para viver ao lado de seu novo marido (o militar Rafael
Tobias de Aguiar) na prisão. O fato não é esclarecido pela obra afinal “[...]
isso já é um outro livro” (p. 79).

Quando mais frio com a amante, D.
Pedro assina suas cartas como o Imperador
ou simplesmente Pedro. Em tempos mais
tórridos usa cognomes engraçados como Fogo
Foguinho ou Demonão, apelido
usado até por seus amigos mais próximos. Ele é chamada de meu amor, outras vezes Titília.
Mulherengo irrecuperável – levou uma tapa de uma escrava em Santos que tentou
beijar à força – não oculta seu comportamento mesmo nessas cartas. Um de seus
vários trechos curiosos: “Eu já não namoro mais ninguém depois que lhe dei minha
palavra de honra”.



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