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Como escrever crônicas
(vários)

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Segundo Verríssimo, qualquer coisa pode virar uma
crônica, pois ela traz em si os mistérios da criação. De uma simples frase, um
acidente, mesmo sem vítima fatal, um fato cotidiano ou uma inspiração
momentânea pode nascer uma crônica. Mesmo quando o cronista é levado a comentar
certos assuntos improvisados, isso não limita sua imaginação.

Como disse Afonso Romano de Sant´Ana, o cronista é um
meditador, tem livre acesso à imaginação. Para Sant’Ana, do mesmo modo que um poeta,
o cronista tem o direito de se expressar sem temer as repressões da imprensa.
Mesmo que, às vezes, seja obrigado a
pensar de forma rápida e espremida pela exigência do jornal, tem que estar bem
informado, ou seja, ciscando por todo lado exprimindo as idéias.

Na antologia lida, Vinícius de Morais mostra como o
cronista procede quando não encontra as informações procuradas. Tem seus
momentos inquietantes que o fazem se levantar, sentar, ir até a janela, em
busca de inspiração. Muitas vezes a encontra nos fatos e efeitos das emoções
vivenciadas por ele mesmo, e, se mesmo assim, não conseguir: escreve sobre a
própria falta de reflexão.

Também tem aqueles como Carlos Drummond de Andrade que afirmam
que os assuntos relacionados ao cotidiano são infinitos, dos mais monstruosos
aos mais belos, como “o salto de um gafanhoto, o orvalho da floresta da
Tijuca”, exigindo apenas o direito do espaço na mídia sem a preocupação de
seqüência.

Temos ainda quem a chame de gênero amigo como Cony, por oferecer
uma leitura prazerosa e ter curta duração. Quando se trata do jornal, ela é produzida
e consumida no momento em que é editada. Sendo um gênero tanto jornalístico
como literário,isto é, um gênero hídrico.

A crônica tem o jornal como seu maior meio de circulação
e não se preocupar com a imagem de quem a produz, porque o cronista é um
escritor e tem liberdade de expressão. Os assuntos são dos mais variados
possíveis desde uma simples causa a um objeto qualquer se pode produzir uma
crônica, o importante é a qualidade, o diferencial e o charme.

Exemplo disso é Lourenço Diaféria, que através de suas
crônicas tenta conscientizar o leitor de que a vida não é só o luxo, os grandes
acontecimentos, muitas vezes sem sentido, mas que o sentido pode ser encontrado
na simplicidade da vida no dia-a-dia do homem e que um simples escorregão numa
casca de banana pode dar uma crônica fácil de ler e humorística. Ou seja,
qualquer acontecimento por mais insignificante que seja é motivo de inspiração.

Ainda, tem aqueles, como Novais, que preferem comparar a
crônica e a laranja, que às vezes pode ser doce ou azeda pela sua variedade e
que pode ser lida em qualquer lugar desde a poltrona de sua casa, como na sala
de aula, por ser um gênero popular. Mas a verdade é que tudo dá crônica. Segundo
Maria Prata, essa é a grande vantagem do cronista, se você não tem assunto
escreve sobre o nada e o tudo vai surgir. Você pode escrever sobre um quebra
vento que não existe mais, a compra de um colchão, ou seja, o mais belo os mais
belos textos surgi da liberdade de expressão através dos pensamentos.

O grande diferencial está na sua forma de composição,
que trabalha os elementos do cotidiano, refletidos na memória, na meditação, no
humor, no estilo de cada autor. Sua maior vantagem é não precisar ser fiel aos
fatos, pois além de ser um gênero momentâneo dependendo do meio de circulação,
sua única exigência é a imaginação do autor. Ele pode deixar fluir suas idéias
sem se preocupar com a cobrança de falar a verdade como a notícia ou artigo.
Com uma linguagem cotidiana se aproxima do público leitor, diferenciando-se do
conto por não apresentar necessariamente diálogo e oferecer informação de forma
livre e engraçada.

Enfim, a crônica tem vida curta e depende do suporte. Pode
durar um dia como no jornal por ser diário, ou em revistas, que normalmente são
semanais ou mensais. Seja no jornal ou em revistas o cronista é um ser livre
para pensar. O cronista trabalha com um gênero curto, em especial, para um
leitor que pretende ficar, por dentro dos mais variados assuntos do cotidiano,
num espaço curto de tempo.

Dessa forma, a crônica pode ser lida no ônibus, no café,
no almoço, ou seja, a qualquer hora ou lugar é bom ler uma crônica, pois ela
traz informações de forma fácil e divertida abordando desde o mais simples
assunto ao mais complexo, sempre relacionados com o cotidiano das pessoas.



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