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A relação professor e aluno no projeto do dizer
(Vários.)

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Em primeiro lugar temos que diferenciar “redação” de
“texto”. Para Geraldi (1984) a redação não pode ser vista como uma produção
textual de verdade, ela é só um exercício escolar que imita uma produção de
texto. Isso porque, a redação escolar tem como intenção avaliar o aluno, ou
seja, o professor vai dar uma nota ao aluno de acordo com o que ele escrever.

Sobre a redação escolar Geraldi afirma:

“na escola não se produzem textos em
que um sujeito diz sua palavra, mas simula-se o uso da modalidade escrita, para
que o aluno se exercite no uso da escrita, preparando-se para de fato usá-la no
futuro.”

Assim o principal problema das redações escolares está
relacionado ao projeto de dizer do aluno que não é valorizado, é só um
exercício de repetição. Para Geraldi:

“na redação, não há um sujeito que diz, mas um aluno
que devolve ao professor a palavra que lhe foi dita pela escola..”

As diferenças entre “redação” e “texto” mostram também a
diferença entre “aluno” e “autor”, pois o “aluno” escreve a redação para ser
avaliado pelo professor e o “autor” produz um texto expressando seu projeto de
dizer.

Diferente de uma redação que atende ao professor, um
texto tem que desenvolver um “projeto de dizer”, ou seja, o autor tem que ter
no seu texto vários elementos como “o que dizer?”, “por que dizer?”, “para quem
dizer?” e “se constitui como locutor de seu dizer?”.

Para realmente ensinar a produção de texto, Geraldi
sugere uma mudança na maneira como hoje se fazem redações nas escolas:

“o primeiro deslocamento a fazer, de
um lado, é o da função-aluno que escreve uma redação para uma função-professor
que a avalia e, de outro lado, o próprio ato de pro­dução escolar de textos”

A posição do professor também é muito importante, pois o
aluno sempre escreve tentando atender ao que o professor pediu. Existem duas
atitudes do professor em relação a escrita do aluno: a “Correção” e a
“Avaliação”.

Serafini (1989) faz as diferenciações entre “Correção” e
“Avaliação”, para a autora “Correção” são as várias maneiras do professor
interagir com o texto do aluno, para que ele possa ser melhorado e “Avaliação”
é o julgamento do trabalho do aluno, a nota ou conceito que o professor dá.

Segundo GERALDI (1984, p.121), corrigir redações vai
muito além de avaliações propostas dentro do sistema educacional é preciso
interação com os textos dos alunos, num processo continuo, para se obter bons
resultados.

Estas diferentes posições do aluno e do professor ficam
bastante claro nas redações analisadas neste artigo porque o professor se
colocou na posição de “Avaliação” e só deu nota A para aqueles alunos que
“devolveram” o que ele queria, e deu B ou C para aquele que não desenvolveram
seus projetos de dizer diferentes do que o professor esperava.

A postura do professor já fica claro na proposta da
redação, pois o Provão Bimestral tem o objetivo de avaliar e não de corrigir. O
aluno só tem uma chance de escrever, tem um tempo limitado e tem que atender ao
que o professor pediu e espera que ele escreva.

Na análise vou mostrar que o professor não tinha a
preocupação de apontar os problemas e ajudar os alunos a melhorar os seus
textos, a intenção era dar uma nota para a redação do Provão.



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