Construção de sentido; organização do discurso implícito
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Desde muito tempo existe a preocupação com o modo de se
expressar do ser humano. A ciência da linguagem já buscou explicações para esse
problema de muitas maneiras. Estudando a construção do sujeito diante do outro
em uma época onde tudo era escondido atrás da religião e do casamento, muitas
vezes visto como a única forma de se salvar.
Depois desses estudos, chegou-se à Análise do Discurso
que procurou explicar esses fenômenos da fala e da etiqueta social, mostrando
como eles se organizam através dos tempos e como se dá a relação de poder
através das palavras (CAMACHO, 1987).
Fazendo um estudo diacrônico, na perspectiva histórica, passando pela
psicanálise até chegar a Análise do Discurso, os estudiosos da língua foram
reintegrando as teorias anteriores às novas que iam surgindo graças ao esforço
e a dedicação de muitos lingüistas que se dedicaram estudar a situação de uso
da língua, em determinados momentos sociais. Principalmente, dentro de um
contexto de produção e recepção, analisando o lugar do outro no discurso (FERNANDES,
2005).
Portanto, o objetivo deste trabalho é refletir sobre o
que a Análise do Discurso pode colaborar em beneficio da Língua Portuguesa
explicando os diferentes contextos sociais ao qual fazemos parte nos
constituindo um sujeito discursivo, ideologicamente marcado pelo o tempo e pelo
espaço de onde falamos. Mostrando como o discurso é marcante dependendo dos
inúmeros fatores do momento da enunciação, podemos deixar uma imagem negativa
ou não daquilo que somos (FERNANDES, 2005).
Conforme Fernandes (2005-p. 35) afirma “compreender
o sujeito discursivo requer compreender quais são as vozes sociais que se fazem
presentes em sua voz”.
De acordo com a
análise do discurso da linha francesa desenvolvida por Pêcheux temos:
“a
noção de formação discursiva (FD) começa a fazer explodir a noção de máquina
estrutural fechada na medida em que o dispositivo da FD está em relação
paradoxal com seu “esterior”: uma FD não é um espaço estruturalmente fechado,
pois é constitutivamente “invadido” por elementos que vêm de outro lugar (isto
é, de outras FD) que se repetem nela, fornecendo-lhe suas evidências
discursivas fundamentais.
Isso comprova, conforme Fernandes (2005) que a formação
discursiva não é homogênea, e em cada discurso sempre temos o outro nos
constituindo, num processo involuntário somos levado ao saber do outro para nos
aperfeiçoar.
Já que tratamos da Análise do Discurso, a qual implica o
discurso como seu objeto de análise, deixarei claro ao senso comum que discurso
nesse sentido utilizado por Pêcheux não
se refere necessariamente a retórica, a eloqüência da palavra, a políticos ou a
utilização da língua em diferentes contexto sociais. Mas utilizado como uma
disciplina específica implica o exterior a língua na busca do social as
descobertas do outro. Conforme mostrarei nessa piada numerada como texto1 e
texto 2, encontrada nas pagina da web: “Oracão do internauta”, onde a intextualidade com o
texto bíblico, a “oração do Pai Nosso” é percebido logo de início com humor paródico
logo no título “Oracão” a piada diz claramente que hoje é impossível viver sem
Internet considerada o deus da terra. Já que nossa realidade é esta viver atrás
da tecnologia e quem não tem acesso esta de fora.
Agora, conforme Fernandes (2005) os sentidos não são
fixos, pois esses dependem do interlocutor e de seu locutor no momento da
interação entre os sujeitos e do lugar social de que esses sujeitos se
encontram, são as experiências vida social e seus aspectos sócio-histórico e
ideológico, que vai construir a noção de sentido do sujeito. É dessa forma, que
as diferentes vozes vão construindo-nos a cada dia.
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