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Lenda de Iroco
(A Umbanda como ela é)

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Naquela aldeia africana as mulheres não conseguiam engravidar
e, por isso, tiveram a ideia de recorrer aos poderes de Iroco. Juntaram-se em
círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o cuidado de manter as costas
voltadas para o tronco. Não podiam, nem ousavam, olhar a grande planta, pois, aqueles
que olhavam Iroco de frente enlouqueciam e morriam. Suplicaram-lhe filhos e ele
quis saber o que teria em troca. Cada uma prometia o que o marido tinha para
dar: milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Uma delas, chamada Olurombi, era
a mulher do entalhador e seu marido não tinha nada daquilo para oferecer.
Desesperada, não pensou duas vezes, prometeu o primeiro filho que tivesse.

Nove meses depois a aldeia alegrou-se com dezenas de
nascimentos e as mães felizes foram entregar a Iroco suas oferendas. Olurombi
contou a história ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. O casal já
tinha se apegado demais ao menino recém-nascido. No dia da oferenda, Olurombi
ficou de longe, segurando nos braços trémulos o filhinho tão querido. O tempo
passou e ela mantinha a criança bem longe da árvore.

Um dia, passava Olurombi pelas imediações do Iroco,
quando, no meio da estrada, bem à sua frente, saltou o temível espírito da
árvore, dizendo:

- Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra
dada. Transformo-te então num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em
minha copa.

Transformada a pobre mulher voou para a copa de Iroco
para ali viver para sempre. O marido a procurou, em vão, por toda parte. Todos
os que passavam perto da árvore ouviam um pássaro que cantava, dizendo o nome
de cada oferenda feita a Iroco. Até que um dia, quando o artesão passava por ali,
ele próprio escutou o pássaro, que cantava assim:

- Uma prometeu milho e deu o milho; outra prometeu inhame
e trouxe inhames; uma prometeu frutas e entregou as frutas. Só quem prometeu a
criança não cumpriu o prometido.

Ouvindo isso o marido de Olurombi entendeu. Só podia ser ela,
enfeitiçada por Iroco. Ele tinha que salvá-la! Foi à floresta, escolheu o mais
belo lenho de Iroco, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira
entalhada fez uma cópia do menino, o mais perfeito boneco que jamais havia
esculpido, com os traços do filho, sempre alegre e sorridente. Poliu e pintou o
boneco com esmero, preparando-o com a água perfumada de ervas sagradas. Vestiu
a figura de pau com as melhores roupas do menino e a enfeitou com ricas jóias
de família.

Assim que terminou levou o menino de pau a Iroco e o
depositou aos pés da árvore sagrada. Iroco gostou muito do presente, era o
menino que tanto esperava! Sorria sempre, jamais se assustava quando seus olhos
se cruzavam. Não fugia como os demais mortais, não gritava de pavor e nem lhe
dava as costas, com medo de o olhar de frente. Embalando seu pequeno menino de
pau, batia ritmadamente com os pés no solo e cantava animadamente. Devolveu a
Olurombi a forma de mulher que, aliviada e feliz, voltou para casa.

Dias depois, os três levaram para Iroco muitas oferendas.
Levaram ebós de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros, laços de tecido de
estampas coloridas para adornar o tronco da árvore. Eram presentes oferecidos
por todos os membros da aldeia, felizes pelo retorno de Olurombi. Até hoje
todos levam oferendas a Iroco. Porque Iroco dá o que as pessoas pedem, mas exige
que elas lhe deem o prometido!



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