Politica
(Aristóteles)
A diferença entre o poder local
de uma cidade e de uma pequena aldeia apenas difere no maior ou menor número de
subordinados, mas não na qualidade de vida.
Segundo Aristóteles, “ Se um
homem governa pouca gente é senhor de escravos, se governa várias pessoas, é um
senhor da casa, se governa ainda mais terá a função de governante. Neste como
noutros domínios, obteremos a melhor apreciação se olharmos para o processo
natural, desde o principio. Em primeiro lugar aqueles que não podem existir sem
o outro devem formar um par. É o caso da fêmea e do macho para procriar. O
governado é que tem força física para trabalhar, sendo assim o escravo. O
senhor e o escravo convergem assim nos interesses.”
Na actualidade o governado
ainda tem a condição de trabalhador (escravo). O governado e o governante
convergem nos seus interesses nas urnas. O governante que na sua campanha
politica promete mais postos de trabalho é provavelmente o eleito para
governante, independentemente das causas/efeitos dessas promessas. A promessa
de mais postos de trabalho não implica uma maior qualidade de vida. O poder
económico é a chave de abertura para um posto de governante. A cadeia de
escravo a governante alterou-se para escravo, senhor (governante) e governante
(grupos económicos).
A hierarquia actualmente passou
de aldeia, cidade, distrito, estados, colónias e países. Os grandes grupos
económicos governam os senhores (governantes) dos países, estes por sua vez
governam o povo do seu país. Os países com mais recursos naturais, estes
aproveitados para gerar riqueza para os grandes grupos económicos. Estes por
sua vez exploram e manipulam dando riqueza aos manipulados e pobreza ao povo. O
povo que é explorado, sujeita-se à precariedade de mão-de-obra servindo os
países mais desenvolvidos. Estas políticas não só criam pobreza e extrema
riqueza para uma pequena minoria, mas também a degradação do planeta. Como é o
caso da desflorestação levando a alterações climáticas.
Segundo Aristóteles, “ a
natureza diferenciou a fêmea e o escravo porque servem só uma função e não para
várias. Os Bárbaros atribuíram à mulher e ao escravo a mesma função.”
A função da mulher era
procriar, na actualidade essa condição ainda se verifica em alguns países. Nos
países desenvolvidos existe igualdade de
oportunidades, de certa forma camuflada, os homens continuam a ocupar mais
cargos de chefia do que as mulheres.
Por coincidência existem várias
intervenções militares nos países em que a mulher é igualada ao escravo, não
por questões humanitárias, mas sim por questões de interesses económicos
camuflados por ameaças de atentados com armas biológicas que nunca foram encontradas
no Iraque.
Segundo Aristóteles, “A cidade,
é uma comunidade completa formada a partir de várias aldeias e atinge o máximo de auto-suficiência. Formada a
principio para preservar a vida, a cidade subsiste para assegurar a vida boa.
Aquele que por natureza não tiver cidade, será um decaído ou sobre-humano.”
Na actualidade as pessoas emigraram
para as cidades ou para outros países deixando as aldeias desertificadas.
Em Portugal verifica-se que
nessas aldeias as pessoas estão isoladas
não tendo acesso aos cuidados básicos de saúde e educação. Os senhores
governantes fecharam as escolas e
centros de saúde nessas aldeias.
Nas pequenas cidades não
existem os recursos de saúde e de educação suficientes para satisfazer a
população, tendo estas que se dirigirem às grandes cidades.
A escassez de mão-de-obra e de
incentivos ao cultivo das terras leva à falta de auto-suficiência da população em geral. Tendo que
importar produtos, ficando estes mais caros para o país. Estas dependências
originam falta de riqueza e consequentemente à falta de emprego assegurando
assim, aquele que por natureza não tem cidade nem casa para viver tornando-se
um decaído ou sobre-humano.
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