Farmacologia Dermatológica
(AIELLO; 2008; SPINOOSA; 2011; ADAMS; 2001)
Um grande número de casos
observados diariamente, na clinica veterinária de grandes e de pequenos animais
envolve lesões de pele ou de seus apêndices. A principal função da pele é a proteção. A
pelagem fornece uma proteção mecânica, e também funciona como um importante
sistema de filtragem e isolante. Ela pode servir também para esconder ou camuflar
o animal. A pele é o maior órgão do corpo, com o
tegumento do cão representando 24% do peso corpóreo total no filhote e 12% no
adulto. Ela tem a responsabilidade de proteger os órgãos internos do corpo dos
extremos de flutuações da temperatura, dos alérgenos, dos poluentes, das
substancias químicas tóxicas e de microorganismo, como as bactérias, os fungos,
os parasitas e os vírus encontrados de forma ubíqua no ambiente. A irritação da exposição
continuada da pele aos agravos, principalmente aqueles de natureza exógena,
pelas suas características morfoestruturais e bioquímicas, pode, a pele ser
considerada um órgão bastante resistente ao assentamento de entidades mórbidas.
Nessas condições, e talvez, pela pele se constitui no maior órgão de economia
animal, bastante visível aos olhos do proprietário, quando acometida pelos
distintos quadros mórbidos, de natureza endócrina, nutricional, parasitária,
micótica, bacteriana, degenerativa e neoplásica.
As dermatopatias em cães estão
entre os principais problemas, apresentando uma alta freqüência, atingindo
cerca de 30% da população de carnívoros domésticos que procuram atendimento
clínico. As principais doenças da pele de cães e gatos em ordem decrescente de
ocorrência são bacterianas, parasitárias e fúngicas.
A terapia das dermatopatias que afligem os animais e seus proprietários ou
tratadores impõe a preconização do tratamento pelas vias: tópica e sistêmica.
Para que se preconize ou se adote outra via, visando alcançar o êxito da
prescrição, é imprescindível que se tenha em mente as características ontogênicas,
funcionais, histológicas e bioquímicas do tegumento.
Na medicina veterinária, o
fornecimento transdérmico é amplamente empregado, como quando os praguicidas
são usados mensalmente em uma única área da pele para controle de pulgas e de
carrapatos por todo o organismo. Placas de fentanil transdérmico são amplamente
usadas para analgesia pós-cirurgica. Essa via tópica de fármacos terá, no
futuro, uso para outras indicações terapêuticas. Entretanto, a maior parte dos
fármacos, aplicados sobre a pele não são destinados a absorção sistêmica, mas
usados para promover efeito terapêutico local na pele tratada.
Uma compreensão total dos
fatores biológicos que modulam a absorção, bem como da composição farmacêutica
das formulações dermatológicas (p.ex., veículos), é essencial para a
compreensão adequada de dematofarmacologia. Os fármacos incorporados nessas
formulações são os mesmos que aqueles utilizados para tratar doenças de outros
sistemas.Cada vez mais,
observa-se o desenvolvimento e a liberação no comércio de xampus, cremes,
ungüentos e soluções como princípios ativos bastante potentes e eficazes, com
reduzido potencial de absorção sistêmica e de desencadeamento de reações
colaterais adversas.CLASSIFICAÇÃO
DOS VEICULOS DERMATOLÓGICOS
A diferença definida
entre a área dermatológica e outras áreas de tratamento da farmacologia
veterinária é a via tópica de administração acoplada à influencia sobrepujante
que a dosagem do veículo exerce sobre a absorção e a atividade do fármaco
aplicado. Os veículos usados como substâncias dermatológicas veterinárias foram
historicamente classificados em sete amplas categorias:
Adsorventes
e Protetores: são extremamente utilizados em muitas
preparações farmacêuticas veterinárias. Os adsorventes atuam pela ligação aos
gases, toxinas, e alguns microorganismos (como as bactérias) para evitar
exposição cutânea lesada. Os protetores funcionam fornecendo uma camada
oclusiva de proteção do ambiente externo ou conferindo suporte mecânico para a
área acometida. Os protetores e os adsorventes são podem ser subdivididos em
duas: pós para pulverização e protetores mecânicos.
Demulcentes:
Geralmente
são compostos com alto peso molecular hidrossolúvel e atuam aliviando a
irritação. Podem recobrir a superfície da pele lesada e proteger o estrato
córneo e a estrutura celular subjacente da epiderme, formando uma barreira
protetora contra o ambiente circundante.
Emolientes
e Umectantes: São materiais gordurosos suaves,
frequentemente utilizados para amolecer ou umedecer a pele. Os emolientes são
particularmente valiosos quando tratam condições cutâneas resultantes de
irritantes hidrossolúveis e bactérias originadas do ar, por causa de sua
capacidade de atuar como protetor, seqüestrando a pele lesada para fora dos
estímulos nocivos. Quando usados de forma tópica, os emolientes amolecem a pele
diminuindo a perda hídrica transepidérmica, ou transpiração, e aumentado a
hidratação do estrato córneo. Portanto, esse é um grupo valioso de composto
para tratamento de condições dermatológicas envolvendo lesões secas, crostas ou
escamosas da epiderme. Os umectantes
têm propriedade de aumentar o teor hídrico do estrato cutâneo, corrigindo
indesejável secura, secundária, a algumas dermatoses, inclusive aquelas de
origem iatrogênica.
Adstringentes:
Diminuem
a exsudação e secam as áreas lesadas. São indicados em dermatoses agudas,
subagudas e em quadros dermatopáticos crônicos plenos de exsudatos. Por vezes
causam irritação, levando inclusive a fenômenos erosivos cutâneos. Incluem,
dentre os adstringentes, alguns sais e ácidos. Os
adstringentes precipitam a proteína, endurecendo a pele, promovendo a
cicatrização e ressecamento à pele quando aplicados topicamente. Possuem um uso
limitado na medicina veterinária.
Rubefacientes,
irritantes e vesicantes: Substancias químicas dessas classes são
utilizadas para introduzir a hiperemia (rubefacientes), e inflamação
(irritantes) ou bolhas cutâneas (vesicantes). Com exceção do alcatrão, a maioria dos membros do grupo
químico não são comumente usados na clinica veterinária moderna por causa de
sua toxicidade potencial.
Cáusticos
e Escaróticos: São agentes que destruirão o tecido após uma
ou mais aplicações. Escaróticos são corrosivos e também precipitarão as
proteínas, levando a formação de crosta e eventualmente a uma cicatriz
permanente.Queratolíticos:
Os
queratolíticosfuncionam pela perda da queratina, que facilita a descamação do
estrato córneo, ao passo que os queratoplásticos tentam “normalizar” a
queratinização pelo retardamento da proliferação celular basal, mediante
inibição da síntese do DNA. Outros mecanismos também podem contribuir para esse
efeito.
Anti-seboréicos: Os anti-seborréicos tentam modular a produção
do sebo na pele. Devido a grande freqüência de quadros, primários
ou secundários, incluindo no complexo seborréia e nas disqueratinizações, na
rotina da clinica dermatológica, os desseborreicos são
extremamente empregados, havendo hoje um sem- numero de especialidades
farmacêuticas e de formulações manipuladas visando a terapia destes quadros.
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