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As mulheres de Cabul
(Harriet Logan)

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As mulheres de Cabul, à época do domínio do Taleban, fazem com que as de Atenas, de Chico Buarque, pareçam libertinas. Harriet Logan teve a perspicácia de ir escutar as histórias de algumas dezenas, durante o regime imposto por uma facção fundamentalista islâmica, e após a libertação do povo afegão. As marcas pré e pós Taleban estão nos rostos das entrevistadas. Não há o que discutir sobre a subjugação a que foram sujeitadas moral, ética e fisicamente.
Um amigo perguntou se a editora brasileira é de propriedade de judeus. Não que eu saiba. A Geração Editorial publica livros de escritores e jornalistas sem grandes chances no mercado editorial brasileiro, seja por questões políticas ou comerciais.
Meu amigo, aliás, fiel torcedor de um clube de futebol brasieliro e anti-americano ferrenho, leva no peito um gavião e, nas costas, Chê e a bandeira de Cuba. Talvez não saiba que o tal gavião (arquirival de um brasileiríssimo Urubu-Rei) foi inspirado na águia americana dos dinheiros e outros símbolos pátrios ianques (fonte: José Hamilton Ribeiro, jornalista); e que a Cuba sonhada por Chê jamais foi a ditadura realizada por Fidel. Sei disso por livros e filmes sobre o tema a que tive acesso e em especial porque eu estive lá, entrevistei cubanos, pesquisei a posteriori, falei com pessoas que também foram a Cuba, e depois reportei na série de textos “A Cuba que eu vi (1 a 7)”, publicados neste site.
Por que introduzo meu texto com tantas explicações? Porque tudo o que é crítico em relação ao fundamentalismo islão geralmente é visto com desconfiança pelos simpatizantes de Alá.
As mulheres de Cabul, essencialmente e em primeira pessoa contam que antes do Taleban viviam livres, estudando e trabalhando, solteiras ou casadas, cuidando de marido e filhos, e seguindo sua religião islâmica. Usavam minissaias, às vezes sem véus e jamais com burkas. Ou seja, na paz possível. Sob o regime homicida foram estupradas, humilhadas, testemunharam caladas e indefesas o assassinato de maridos e o espancamento de filhos e filhas - no regime, só os homens podiam trabalhar; portanto, as viúvas interditadas em tudo tinham como destino morrer ou mendigar. As esposas dos Talebans não depuseram a Harriet, mas segundo as entrevistadas, por baixo das burkas eram mais iguais que suas iguais.
O pior de tudo, me parece, é que a libertação diz respeito à situação política do Afeganistão. Me pergunto, porém, como é que aquelas mulheres retomaram a sanidade mental que as sustentava antes do Taleban. Como superaram os traumas que destruíram suas vidas? Envelheceram décadas em poucos anos. Fique entendido que ninguém em sã consciência e com um mínimo de conhecimento quer que se imponha a cultura ocidental ao oriente islâmico. E sim que se reconheça globalmente que o que fizeram com aquelas mulheres é crime em qualquer lugar do mundo. Em resumo, é isto (leia mais sobre a obra na sinopse, ao final deste texto).
Bem, logo após ler “As mulheres de Cabul” tive acesso ao livreto “A mulher no Islam”, da série Conheça o Islam (editada, publicada e distribuída gratuitamente pela Federação das Associações Muçulmanas do Brasil), em que o autor Sherif Abdel Azim compara o tratamento às mulheres recomendado pelas três maiores religiões do planeta: Católica, Judaica e Muçulmana. Explica aí inclusive a lógica da poligamia islâmica - aceita pelas mulheres muçulmanas e muito mais justa do que a hipocrisia católica.
Os escritos precisos e objetivos, porém, se isentam de lembrar que grupos fundamentalistas sejam de qual for a religião e suas atrocidades distorcem os dogmas do Corão, da Torá e da Bíblia e, em especial, os ensinamentos cristãos, e fazem o que querem e bem entendem em prol de interesses que nada têm a ver com a evolução espiritual (física, emocional, ética, moral e científica) da humanidade. O fazem sempre em nome de um Deus (Pai) que antes deveria ordenar o bem comum.
As “leis divinas” até influenciam, mas nem sempre entram na prática dos estados laicos (muitas vezes melhores e mais justos do que as pregações religiosas) ou dos que usam o nome de Deus para justificar genocídios de fato e/ou de direito. Como se sabe, teoricamente o marxismo sem qualquer Deus foi uma via aparentemente sã para a humanidade. Mas, nada ficou provado, pois quando se trata de desejo humano (singular), a prática ignora a teoria, e talvez por isso mesmo digam que o inferno está cheio de boas intenções...
A sinopse a seguir foi copiada do site www.livrariacultura.com.br:
O livro 'Mulheres de Cabul', da premiada fotógrafa inglesa Harriet Logan, amplia, de maneira mais realista, o universo afegão e apresenta uma reportagem viva, emocionante, quase inacreditável, que supera qualquer ficção. Harriet visitou o Afeganistão para ouvir e fotografar dezenas de mulheres durante o regime do Taleban e depois dele. Durante o regime do Taleban, de setembro de 1996 a outubro de 2001, as mulheres do Afeganistão foram submetidas a absurdas leis repressoras, como não poder trabalhar fora nem freqüentar escolas. Era proibido rir em público, ouvir música, empinar pipas, e fotografias eram consideradas formas de idolatria. Foi nesse mundo de trevas que Harriet Logan mergulhou em busca de histórias e imagens humanas e dolorosas, a convite da London Sunday Times Magazine, em dezembro de 1997, quinze meses depois que o Taleban havia assumido o controle do Afeganistão. Era uma missão perigosa, mas o risco valeu a pena, como se pode confirmar nas páginas de 'Mulheres de Cabul'.



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