O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL EM ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS E DO TERCEIR
(Jorgete Leite Lemos)
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL EM
ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS E DO TERCEIRO SETOR
O assistente social
continua a ser requisitado pela empresa para intermediar as relações entre o
trabalho e a vida particular do operário, o que muda é que essa ação está cada
vez mais consolidada e integrada às estratégias de competitividade, baseada em
uma política de parceria entre empresa e trabalhador.
No início da atuação do Assistente
Social nas organizações empresariais, esse profissional representava o
relacionamento, atitudes e comportamentos expressos pela sociedade entre as
suas diversas segmentações.Assim, a ação do Assistente Social se confundia com
a ação das senhoras participantes das organizações filantrópicas, que
pressupunham o ser humano carente, como sujeito à sua ação corretiva,
caritativa.
Hoje é sabido que o Assistente Social
atua nas organizações como assessor dos gestores auxiliando-os na identificação
das tais condicionantes e gerando soluções para que as interações sejam
finalizadas em sinergia.Ele não é um profissional eminentemente operacional.
Este é um dos mitos que precisam ser reposicionados. O Assistente Social é um
estrategista social.
No âmbito do desenvolvimento
sustentável e o da sustentabilidade corporativa, o Assistente Social subsidia a
organização na formulação de políticas de gestão das pessoas, demonstrando o
impacto nos resultados de produtividade, lucratividade, qualidade e imagem
corporativa, decorrentes da qualidade dos seres humanos nessa organização
humana-empresa.
O Assistente Social monitora as
interações e o clima decorrentes dessas interações e subsidia as decisões
estratégicas da empresa, proativa e preventivamente.
Já quanto ao desenvolvimento
econômico, as ações são mensuráveis, com indicadores de conhecimento e acesso
fácil pelos gestores, demonstrando impacto no negócio. Dentre eles podemos
citar o absenteísmo, “presenteísmo” ou falta de engajamento, doenças
organizacionais, sinistralidade decorrente dessas doenças e acidentes,
rotatividade de pessoal, conflitos de relacionamento na hierarquia em linha
vertical e horizontal, entre muitos dos fatores sociais, aos quais denominamos
de Riscos Sociais.
A importância do Assistente Social é
percebida quando além de identificar condicionantes internas e externas à
empresa, geradoras de situações sociais de risco, estende essa informação aos
seus pares, os gestores das áreas clientes internas e aos demais processos de
gestão de pessoas (Atração, Retenção, Engajamento e Transição), para análise e
ação integradas apoiadas na transdisciplinaridade.
Atualmente as organizações têm suas
práticas pautadas em normas e pactos globais que situam o econômico, o social e
o ambiental em um mesmo patamar de importância. Por isto, o Assistente Social
precisa atualizar-se e ter sua prática interagindo com essas outras áreas
formadoras do “triple bottom line”.
A contribuição do Serviço Social e do
Assistente Social para o desenvolvimento sustentável e sustentabilidade
corporativa está no enraizamento de valores e cultura de autopreservação do ser
humano, de todos os seres vivos e da transcendência de organizações humanas
saudáveis.
São alvos da ação profissional do
Assistente Social, tanto a ONG, que precisa de profissionalização na sua
gestão, quanto o Voluntariado que recebe a assessoria na formulação de projetos
de desenvolvimento social,como também o público-alvo desses projetos, a
sociedade em geral e em particular, aquelas segmentações que demandam ações
inclusivas,efetivas.
O
terceiro setor é outra área que tem contratado os assistentes sociais que
diante da programática neoliberal de minimizar o papel do Estado como principal
prestador dos serviços sociais, tem assumido alguns setores deste segmento. O
Estado contrata determinado projeto e é a partir desta relação de trabalho que
é construída em padrões extremamente precários, sem garantia de prorrogação do
contrato.
Na esfera privada outro campo
em crescimento é a chamada “filantropia empresarial”, que consiste na tentativa
de ação social por parte das chamadas empresas “solidárias”. A lógica que move
estes empreendimentos nada tem a ver, nem com a pura preocupação com o
bem-estar do próximo, e nem com as conquistas constitucionais, tais programas
expressam a lógica de mercado. Não representando assim estabilidade aos
assistentes sociais, pois depende da disposição da empresa em manter ou não os
investimentos nos programas em questão.
AUTOR: Jorgete
Leite Lemos
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