Geloso, o Gelinho
(Izomar Camargo Guilherme)
Geloso
uma pequena pedrinha de gelo caiu das nuvens com a chuva, bem no meio de uma
floresta. Caiu por engano, já que não era uma chuva de granizos que seria a
única forma de ele cair na terra. Desamparado e amedrontado, começou a chorar
copiosamente e logo atraiu a atenção dos animais e insetos que lá viviam e
correram para saber o que tinha acontecido. Geloso, então, conta a eles o
motivo de seu pranto: queria retornar às nuvens antes que derretesse por
completo. Descer fora fácil, mas agora, como subir?
Dona
Formiguinha, apiedada do pobre gelinho, resolveu chamar toda a bicharada para
uma reunião, daí poderia surgir uma idéia. O beija-flor foi avisar a todos,
pois era o mais rápido. Logo a assembléia estava formada: o besouro, a
borboleta, o tatu, a onça, o passarinho e até o bicho-preguiça, apiedados,
tentaram ajudar, opinando com idéias estapafúrdias e fracassando em todas as
tentativas. Dona Borboleta tentou levá-lo em suas asas, mas não agüentou o frio
e teve de voltar. Seu Papagaio que tinha mais penas também arriscou, mas teve
de voltar com as asas enrijecidas pelo frio do passageiro. Desanimado, Geloso
gemia dizendo que não havia jeito, iria derreter! Ouvindo isso Dona Formiguinha
teve uma lembrança: “É isso! Para subir novamente ele tem que evaporar.”
Rapidamente
tomou a decisão: mandou que buscassem uma panela e a colocassem sobre uma
fogueira. Todos acharam que a bondosa formiga tinha enlouquecido de vez. Aquilo
lá era hora de cozinhar? Sem dar ouvidos à bicharada ela mandou que Geloso
pulasse na panela e aguardasse que logo estaria novamente nas nuvens. O gelinho
chorou, reclamou, mas atendeu a ordem e pulou. O vapor gerado pela água
fervente logo subiu pela mata. Finalmente Geloso voltou ao seu lar. Graças à
esperteza de Dona Formiguinha!
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