In Nomine Dei
(José Saramago)
A
peça lançada em 1993 se passa no século XVII e mostra o percurso do
protestantismo na cidade alemã de Munster (no norte da Alemanha), onde entre
1532 e 1535 foi estabelecida uma teocracia nas linhas das orientações desta
denominação. Nela se toma conhecimento da tomada forçada das Igrejas pelos
luteranos e a progressiva conquista do Conselho Municipal, bem como as chacinas
protagonizadas por ambos os lados numa demonstração cruel da maldade humana em
nome de Deus.
Ao
longo da trama há todo o tipo de aberrações praticadas por homens que afirmam
receber mensagens diretamente vindas de Deus. Como muitos acreditam, esses
homens são obedecidos e respeitados incondicionalmente, não há lugar para
dúvidas ou questionamentos. O objetivo tanto de católicos como de protestantes é
colocar a cidade no caminho de Deus, o que só pode ser feito matando e
expulsando todas as pessoas com crenças diferentes, neste caso, mesmo que apenas
ligeiramente diferentes.
A
tolerância e a compaixão aparecem na obra apenas pelas atitudes das mulheres. Todos
os homens acreditam que Deus quer que exterminem os seus inimigos, que são
também os inimigos de Deus!
A
maioria das personagens acredita de tal modo na sua religião que quase todas
preferiram morrer a renunciar a ela. Há o caso de uma mulher que tentou matar o
bispo católico, sabendo que logo que o conseguisse seria ela também morta. Durante
todo o drama alinham-se pessoas que usam a fé para subir socialmente e
apoderar-se do poder. A peça termina com o cerco da cidade pelos católicos.
Nesta
obra, José Saramago se aprofunda na retratação da revolução protestante do
grupo anabatista (pessoas batizadas na idade adulta) na Alemanha, mostrando a
intolerância humana e os antagonismos entre a religião e a conduta do homem.
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