Método DAS PARTIDAS DOBRADAS
(Ricardo C. Gimenez)
MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADASNa idade média, comprovadamente em
1494, foram encontrados registros da utilização do método das partidas
dobradas, que determina que não possa haver um débito sem o seu respectivo
crédito, e vice-versa; Em convenções internacionais, outros historiadores insistem
que este método já era utilizado há pelo menos 300 anos anteriores a 1494,
supostamente no Egito; porém, embora estas observações sejam consideráveis,
elas não estão evidenciadas por documentos. É devido a este impasse que se
estabeleceu a afirmação de que este método tem data e autor desconhecidos,
sendo aceitável que a fundação de tal método tem sua origem na idade média.
Considerando a teoria de que não há débito sem crédito, é que seguramente
podemos afirmar que o débito representa a aplicação dos recursos, sendo que o
crédito representa a origem destes recursos.
Lançam entos
Contábeis
Aúnica maneira de se fazer lançamentos é quando se conhece a estrutura das
contas da empresa. Portanto, sem conhecer o plano de contas de uma empresa, é
impossível fazer lançamentos.
Desta maneira, é de suma importância ter sempre à mão os relatórios do plano de
contas e do histórico padrão. Do mesmo modo é importante que estes relatórios
sejam examinados com freqüência, para que o contabilista sempre proceda aos
lançamentos com segurança de sua ação.
Como base nestas observações, surge uma incômoda pergunta: “Em um lançamento
contábil, o que eu vou debitar e o que eu vou creditar?”.
A resposta é simples e lógica. Os lançamentos devem ser feitos de acordo com a
natureza do fato contábil. Fato contábil é toda movimentação ocorrida dentro da
empresa ou em relação a ela (que pode ser fora do estabelecimento), de tal modo
que esta movimentação seja capaz de alterar o patrimônio, como compras vendas,
reconhecimento e/ou pagamento de despesas, etc.
Retomando o conceito da obrigatoriedade de se conhecer o plano de contas, por
extensão observamos a natureza dos saldos das contas. As contas ativas e de
despesas têm os saldos sempre devedores; as contas passivas e de receitas têm
seus saldos sempre credores. Mesmo assim, pode haver no Ativo e nas Despesas
contas credoras, e no Passivo e nas Receitas contas devedoras; estas contas são
redutoras, que servem para ajustar o saldo das contas, como depreciações
acumuladas, provisão para devedores duvidosos, vendas canceladas, prejuízos
acumulados, etc.
A segunda parte provém da análise do fato contábil. Se o fato contábil aumentar
o Ativo, a respectiva conta será debitada, com crédito à conta que forneceu
recursos para o aumento.
Por exemplo, uma compra de mercadorias com pagamento em cheque da própria
empresa. Debita-se “Mercadorias para Revenda”, com crédito na conta “Bancos
Conta Movimento”.
Analisando este procedimento, encontramos a lógica. A compra de mercadorias
(compra = aumento do estoque) aumentará o saldo da conta de “Mercadorias para
Revenda”. É por isto que debitamos esta conta, que é do Ativo Circulante, que
por natureza tem o saldo devedor. O crédito (a origem dos recursos para o fato)
foi fornecido pelo banco onde a empresa tem saldo. A conta de “Bancos Conta
Movimento” também é do Ativo circulante (que tem o saldo sempre devedor); como
a emissão do cheque diminuiu o saldo bancário, esta conta recebe o crédito.
Suponhamos agora que esta compra foi feita a prazo. O débito continuará na
conta “Mercadorias para Revenda”, mas, o que deve ser creditado?
O crédito (origem dos recursos para a aquisição dos produtos) foi fornecido
pelo fornecedor, mediante o aceite de uma Duplicata Comercial. A conta
“Fornecedores” faz parte do Passivo Circulante. Como as contas do Passivo são
sempre credoras, esta conta receberá o crédito, e o saldo de minha empresa
junto a este fornecedor aumentará.
Seguindo o exemplo da compra a prazo, vamos agora considerar o pagamento desta
duplicata, em dinheiro, 28 dias após este fato.
Análise: O que, e como, este fato contábil modificou no patrimônio da empresa?
Com o departamento financeiro honrando um compromisso, certamente diminuirá o
saldo de obrigações junto aos fornecedores; portanto, debita-se a conta
“Fornecedores”. Esta conta, do Passivo, é sempre credora; para diminuí-la, devo
debitá-la. O crédito vai ao “Caixa”, porque a empresa captou recursos da
tesouraria. Como esta conta é do Ativo e com o saldo sempre devedor – ou
positivo – para a sua diminuição ela deverá ser creditada. Caso o pagamento
seja feito em cheque, o crédito será à conta bancária. Assim sendo,
invariavelmente os lançamentos contábeis seguem esta estrutura de raciocínio.
AUTOR: Ricardo C. Gimenez
SITE: http://blogdoprofessorricardo.blogspot.com/2009/01/consideraes-iniciais.html
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