Treino de Flexibilidade em Indivíduos com Doença de Parkinso
(O'Sullivan & Schmitz; McDermott; ACSM; PNF; Gage)
A maioria dos indivíduos com DP é idosa e apresenta comprometimentos
musculares generalizados. Quanto mais crónica e generalizada é a doença, maior
é o nível de incapacidade muscular e fadiga. De forma geral estes indivíduos
demonstram uma perda de flexibilidade (O’SULLIVAN e
SCHMITZ, 2004).A falta de movimento dos segmentos do corpo leva ao desenvolvimento de
contracturas, quer no tecido contráctil, quer no não contráctil. Nos doentes de
Parkinson é comum verificarem-se
contracturas dos músculos flexores da anca e joelho, rotadores e adutores da
anca, flexores plantares, coluna dorsal e flexores do pescoço, adutores e
rotadores internos do ombro e flexores do cotovelo, que tornam a função cada
vez mais limitada (O’SULLIVAN e SCHMITZ, 2004).
A evidência sugere
que a actividade física regular promove a saúde de forma substancial, reduzindo
os riscos de muitas doenças crónicas. As recomendações correntes encorajam a prática
da actividade física na maior parte ou em todos os dias da semana, mas apenas
31% das pessoas, com idades compreendidas entre os 65 e 74 anos, a realizam
moderadamente 3 vezes por semana, durante 20 minutos, reduzindo o número para
20% a partir dos 75 anos (MCDERMOTT, 2006).
Iniciar um programa
de exercício tardiamente na vida pode reduzir de forma significativa os
factores de risco de propensão de doença. Os técnicos de saúde podem, através
da prevenção da doença e do tratamento por meio do exercício, desempenhar um
papel importante, fornecendo terapias primárias e complementares, promovendo a
prática da actividade física e eliminando barreiras (MCDERMOTT, 2006).
Segundo Mcdermott (2006), existem quatro
maneiras de melhorar a capacidade física: treino aeróbio, treino de
resistência, treino de flexibilidade e promoção de estilos de vida saudáveis
(MCDERMOTT, 2006).
A flexibilidade consiste na capacidade que permite obter amplitudes
articulares fisiológicas, ao nível de uma ou mais articulações, durante a
execução de acções motoras (ACSM, 2003).
A falta de flexibilidade é prevalente em idosos, diminuindo a sua
capacidade de realizarem as actividades básicas de vida diária. Assim, é
necessário desenvolver programas de exercícios que devem enfatizar o
alongamento adequado (ACSM, 2003).
Existem diferentes técnicas de alongamento: estático, balístico, e
facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF). Alongamento estático consiste
em alongar lentamente um músculo até um ponto de desconforto suave e manter a
posição nesse mesmo ponto por um período de tempo prolongado, entre 10 a 30
segundos. No alongamento estático o risco de lesão é baixo, além disso requer
pouco tempo e assistência e é bastante eficaz, daí ser o método mais
recomendado. O alongamento balístico utiliza movimentos rápidos, repetitivos
com uma determinada frequência saltitante de modo a produzir exercício de
alongamento muscular. Contudo, este tipo alongamento pode provocar
sensibilidade muscular ou até lesão se as forças geradas pelo movimento forem
fortes. A PNF consiste num alongamento em que existe uma combinação de
contracção e relaxamento alternados, quer dos músculos agonistas, quer dos
antagonistas (ACSM, 2003; O’SULLIVAN e SCHMITZ, 2004).
Os exercícios de alongamento devem realizar-se de uma forma lenta,
controlada, e com uma progressão gradual para maiores variações de movimento
(ACSM, 2003).
Os
exercícios de alongamento devem sempre ser precedidos de algum tipo de
actividade de aquecimento de modo a aumentar a circulação e a temperatura
corporal interna. É também recomendado que os exercícios de alongamentos
respeitem determinadas orientações (ACSM, 2003): Frequência - Três dias por semana (mínimo);
Intensidade -
O alongamento não deve causar dor, apenas um
suave desconforto;
Duração -
Cada alongamento deve durar entre 10 e 30
segundos;
Repetição - Cada exercício de alongamento deve ser repetido de três a cinco vezes.
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Table Normal";
mso-style-parent:"";
font-size:10.0pt;
font-family:"Times New Roman";}
A fase de
alongamento de uma sessão de exercícios deve ter uma duração de aproximadamente
15 a 30 minutos. Os alongamentos devem ser realizados de forma suave, e nunca
se deve alongar uma articulação além da variação de movimento livre de dor
(ACSM, 2003).
Existem
benefícios inerentes ao aumento de flexibilidade, nomeadamente, diminuição da
tensão muscular e aumento do relaxamento, facilidade de movimentação, melhoria
da coordenação, aumento da amplitude de movimento, menor predisposição a lesões
e menor dor associada a outros exercícios (O’SULLIVAN e
SCHMITZ, 2004).
Um estudo
realizado por Mitchell demonstrou uma
melhoria da mobilidade geral e funcionalidade, num grupo de doentes de Parkinson sujeitos a um treino de
flexibilidade com a duração de 8 semanas (GAGE et al., 2004).
Schenkman verificou um aumento da capacidade de rotação do
tronco em doentes de Parkinson, após
serem sujeitos a um treino individual de flexibilidade do tronco, por um
período de dez semanas, com uma frequência de três vezes semanais e a duração
de uma hora (GAGE et al., 2004).
Resumos Relacionados
- Voce E Seu Corpo
- Jornal Local
- Sinta-se Bem Alongando O Seu Corpo
- Alongar Antes De Se Exercitar: Uma Má Idéia
- Mega Esporte – Contusões Na Academia
|
|