Crítica: Higurashi no Naku Koro ni Kira
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É o caso de Higurashi no Naku Koro ni Kira, série de 4 OVA’s
comemorativos ao aniversário de 10 anos da vitoriosa franquia de Higurashi,
promovida pela 07th Expansion e produzida pelo estúdio DEEN. Eu confesso que
fiquei bastante feliz, afinal, é Higurashi, há arcos e histórias que ficariam
bem adaptadas para o vídeo e seria um bom presente recordativo para os fãs,
como “Higurashi no Naku Koro ni
Onisarashi-hen”.
O roteiro é consistente e composto por personagens carismáticos,
feitos na medida para agradar a certo nicho otaku. Mas ai veio os OVA’s, que
não agradaram tanto assim; Ura Higu
consegue ser uma série de curtas muito bacanas, que faz rir com sátiras
engraçadas dos personagens e histórias da série original. Nekogoroshi-hen é minimamente interessante, por funcionar como um
conto e por mostrar uma pequena história, que ficou de fora da série de tv, mas
que pertence ao original – Mas ainda assim, sem grande apelo. Higurashi Rei apela para a vertente de
comédia nonsense que Higurashi possui, mas ainda sem cruzar a linha, com um
fanservice mais contido e bastante humor pastelão – Consegue não ser uma
sequência vazia, por reservar 2, dos 4 episódios, para tratar de uma trama
séria e que fecha de vez o universo abordado na série de tv. Foi então que veio
Higurashi Kira, quando muitos
achavam que a franquia havia definitivamente chegado ao fim. Esta foi uma
adaptação com uma encheção de linguiça sem fim.
O primeiro episódio foi
adaptado do extra Batsukoishi-hen
registrado no sound novel de Meakashi-hen,
que conta a história de um sonho no qual Keiichi luta contra as garotas e seus
"jogos punição" do clube. O capítulo era tão insignificante, que foi
retirado da série principal por possuir uma história irrelevante. Certamente,
foi o pior episódio de Kira, com um humor forçado e um fanservice apelativo,
que desrespeita completamente o espirito do original e cruza a tênue linha
entre o material apimentado e o ofensivo. Os 3 últimos episódios seguiram com
histórias originais, menos ofensivas, mas ainda extremamente desinteressantes.
O segundo conta a
história de Rika, acordando em um mundo paralelo e se tornando uma garota
mágica, em uma trama que a única coisa interessante que se tira dela, é a
atuação dos seiyuus, ao qual nos lembra dos melhores episódios do original,
onde suas atuações se destacavam. O
terceiro segue uma triangulo amoroso entre Mion, Shion, Rena e Keiichi – É agradável,
especialmente para os shippers, mas soa completamente vazio por falta de plano
de fundo que valorize a abordagem.
E por último, o quarto e último episódio; O melhor de todos,
justamente por ser o último (!).
Hanyuu brinca de esconde-esconde com Rika, que acaba indo se
esconder em um templo de Oyashiro-sama e jogada em um paradoxo temporal, indo
parar no futuro e se encontrando com todos os personagens já crescidos. Hanyuu
encontra a pequena Rika perdida e chorando e acaba se lembrando de um
acontecimento do passado, onde ela acabou desaparecendo enquanto as duas
brincavam de esconde-esconde. Com o ajuda de Keiichi e as garotas do clube,
Hanyuu encontra uma forma de enviar a pequena Rika, para o tempo onde ela
pertence.
Esse episódio, Yumeutsushi-hen, que livremente pode ser
adaptado como “Lembranças de um Sonho”, é bom por ser o fim de um pesadelo, mas
não apenas isso, é realmente o episódio mais solido até aqui. É eficaz por
realmente manter um elo com a série original, brincando um pouco com os
sentimentos dos fãs e os fazendo “nostalgiar”. Higurashi Kira, sem dúvidas
seria muito mais aceitável se fosse apenas esse episódio. Sem o apelo da
violência e paranoia para dar apoio ao roteiro raso e previsível, mas
conseguindo fazer aquilo que deveria ser objetivo dessa nova série; relembrar
com carinho de Higurashi.
Quando a Hanyuu fica relutante em enviar a pequena Rika de
volta para o seu tempo, ela fica hesitante, pensando em todo o sofrimento ao
qual ela irá passar (ela vai parar num
tempo futuro do universo Kai, após os acontecimentos de todas as desgraças da
série original), mas a pequena Rika faz questão de voltar, por todos
aqueles que esperam por ela. É uma boa simbologia, afinal, se não fosse todos
aqueles eventos, eles não teriam laço que possuem agora, os unindo e é aquilo
tudo que faz Higurashi sensacional. Soa até irônico, pois é como se fosse uma
mensagem assim: “Sem aquilo, Higurashi seria um Kira da vida, sem atrativo
algum”.
A Rika pequenina é adorável, o insert son é melancólico na
medida, como que anunciando o fim. O Time Warp (salto temporal) foi uma boa jogada, mostrando Hinamizawa no
outono, inverno e primavera – Teve uma bela fotografia. Aliás, parece que
tiveram um cuidado extra com o cenário dessa vez, mesmo que o tom aquarelado
ainda se mantenha na maior parte do tempo, porém o traço é irregular em
diversos momentos e nos lembra que, não importa o tempo que se passa, a DEEN
continua cometendo os mesmos deslizes.
Por fim, Higurashi Kira é uma série especial que você pode
muito bem viver sem ter assistido, ou se assistiu, dar um jeito eficaz de
esquecer tudo imediatamente assim que terminar. Apesar de ser uma sequela e com
foco em quem assistiu a série original, é um produto muito restrito aos
apaixonados fãs. Aconselho a quem não curtiu tanto assim a franquia Higurashi,
simplesmente passar longe de Kira. Para os fãs hardcores da série, obviamente
vão querer conferir, não importando o quão questionável seja. Talvez estes
ainda consigam tirar algum proveito, seja no fator nostalgia ou por gostar
muito dos personagens.
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