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Noites
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Noites Noites, as há, em que o sono se perde com companhias distintas. Há outras, em que as vozes que só ele ouve se sobrepõem ao chamamento do merecido fechar de olhos. Há noites, ainda, em que a Musa o chama, independentemente dos seus planos, da sua fadiga, da sua vontade, da sua sanidade...Nestas alturas, nada mais lhe resta, senão, pegar na sua pequena caneta, já quase sem tinta e passar a papel o fruto da sua discussão com essa que, agora mais do que nunca, o invade. Tantas vezes se interrogou sobre a origem deste intelecto, se seria divino, se seria infernal, se seria, talvez, uma fonte de conhecimento incompleto, que viajava pelas estrelas e escolhia seres solitários para os deliciar com as suas pinturas em palavras, ou se seria, apenas, a sua própria cabeça a reagir à falta de estímulo proveniente da falta de contato com os demais...Rapidamente estas questões se dissipavam, quando, terminado o ritual, lia, pela única vez, o que a sua caneta capturara. Após este breve momento de glória anónima, sentia sempre a vontade do cigarro, que trazia, ocasionalmente, no bolso de trás das calças. Esta vontade, não sua certamente, permitia-lhe puxar do seu isqueiro Zippo e, após o primeiro bafo dessa coisa que empesta o ar, enrolar o seu testamento à palavra escrita, queimá-lo e vê-lo ser consumido pelas chamas que, um dia, jurava ele, o consumiriam, também.



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