O Quarto do Mistério
(wikipédia.com)
Neste
livro, o escritor Rubem Alves utiliza-se de uma recordação de infância, acerca
de um quarto proibido, onde as crianças não eram autorizadas a entrar, para
construir e percorrer o corpo da metáfora do texto.
Nesta
metaforização o tal quarto proibido simboliza as zonas íntimas do ser humano,
as quais ele guarda a sete chaves, restringindo o acesso a elas a apenas poucos
amigos. O quarto do mistério coloca-se, nesta analogia, em oposição à sala de
estar, onde costumamos receber as visitas, normalmente apresentando tudo claro,
limpo e ordenado. O quarto do mistério sendo um ambiente pouco freqüentado é
mantido trancado, sem rotinas obsessivas de limpeza. O livro convida cada
leitor a conhecer o seu próprio quarto do mistério, que muitas vezes é negado,
devido ao desejo humano e natural de ser aceito, amado e bem visto. Entrar no
próprio quarto do mistério e vislumbrar todas as coisas feias e sujas que ali
se escondem, entender o papel que elas têm e o modo como compõem nosso eu, é a
temática do livro, que se apresenta da mesma forma que o quarto que lhe serve
de alegoria, não sendo um livro propriamente didático, estruturado de forma cadenciada
é, outrossim, um amontoado de contos e crônicas que podem aleatoriamente compor
a cena que o autor pretende pintar, ou ajudar o leitor a fazê-lo.
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