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Júlio César
(William Shakespeare)

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Todos os estudantes do Ensino Médio, de Direito, de Língua Portuguesa e de Comunicação deveriam ler esta peça de Shakespeare, que prima pela construção do discurso argumentativo.Este livro de bolso da editora LP&M chama a atenção pela capa : um homem seminu, um dos joelhos no chão, envolto em panos vermelhos, rodeado por muitos outros, que o atacam com punhais. Ironicamente, eles estão vestidos de branco. É o quadro do pintor italiano Vicenzo Camuccini: La morte di Césare, Na quarta capa, a sinopse já desperta a atenção e a vontade de ler esta que é uma das primeiras tragédias de Shakespeare (foi escrita entre 1598 e 1599), período em que ele ia buscar na História material para suas peças. O texto que ali está faz saber que, ao alcance dos olhos do público, graças à tradução feita por Beatriz Viegas Faria, está um dos mais pungentes monólogos da história do teatro, em que o poder da palavra pode ser vislumbrado em toda a sua intensidade. Por que começar a leitura deste que foi e é um dos grandes da literatura por esta obra? Pela qualidade, grandeza e beleza do texto.Júlio César foi um dos grandes generais e políticos de Roma. Amado por uns, odiado por outros, era aclamado pelo povo para que se tornasse Imperador. Mas havia quem discordasse. Por que ? Talvez pela sua popularidade, relações, índole. Irônico, independente, vaidoso. Motivos suficientes? Enquanto o povo gritava o nome dele nas ruas, nos bastidores havia quem planejasse a sua morte. Cássio era um dos quê. Mas como eliminá-lo impunemente? Obtendo o apoio de, não um qualquer, mas o mais honrado e respeitado dentre eles, um dos amigos íntimos de César.Brutus era o seu nome. Já ouviu a frase "Até tu, Brutus?", dizem que foram as últimas palavras de César, ao ver entre o traidores, o rosto do amigo.Convencer Brutus, um homem justo e leal a cometer um assassinato em pleno Senado não era tarefa fácil. Cássio escolheu as palavras e o momento certo para semear a dúvida quanto à ascensão de César ao Poder máximo em Roma.Quando, numa das mais importantes festividades em Roma, Cássio viu o traço da contrariedade no rosto de Brutus, ao ver Antônio e o povo oferecerem a coroa do Império mais uma vez a César, ele percebu que chegara a hora de enredá-lo.Chama Brutus a um canto e começa, por meio do uso da comparação, a semear a dúvida no coração do senador. Começa por perguntar do porquê do seu semblante alterado. Brutus deixa entrever em suas palavras que tem dúvidas quanto a se seria um bem para Roma ter César como imperador.Cássio passa a negar a superioridade de César, pois que ele era um mortal, comedor de carne como eles e que nem sequer o vencera numa disputa que empreenderam no passado, ao atravessarem as águas revoltas de um rio. E vai repetindo a mesma estrutura argumentativa, valendo-se de comparações do mesmo grau, a fim de provar que César era um homem como os outros e portanto não fazia jus ao trono. A sua argumentação, embora falsa, por ter usado categorias inapropriadas, funciona. Brutus sai da conversa com um dilema a atormentá-lo. Essa escolha argumentativa, a da comparação não é por acaso que se dá: era Cássio alguém desprovido do manejo da palavra ou o célebre dramaturgo traçou um retrato no qual pudéssemos vislumbrar os verdadeiros motivos da traição? Por que tanta necessidade de o igualar a si? Fazer com que o general se igualasse a eles tinha uma razão de ser, sendo um igual, não era um intocável. Sendo um igual, não merecia governar. Mas o fato era que César se destacava dentre os demais.Brutus passa a dormir mal, porque convencido da necessidade do ato. Mas participar de uma assassinato, ele? E é por Roma, por acreditar que a estava servindo que ele adere à traição, sem saber que estava sendo manipulado pelo grupo de traidores.César foi avisado de que corria perigo. Primeiro por uma adivinho. Mas não lhe dá ouvidos. Na madrugada do dia destinado ao seu assassinato, acorda aflito e pede aos sacerdotes que sacrifiquem animais, a fim de lerem em suas vísceras possíveis sinais de perigo. Sua mulher também não dorme bem, acorda de pesadelos e insta para que o marido não saia de casa naquele dia. Ele pressentindo ser aquele dia diverso dos demais, decide atendê-la. Mas os senadores vêm buscá-lo na porta de casa e ele não quer que pensem que é dominado pela mulher. E é selado o seu fim.Antônio, ao saber do ocorrido, consegue entrar no senado para pedir que o deixem pronunciar um discurso por ocasião da cerimônia fúnebre do amigo. Os traidores, a princípio hesitam, mas ao verem que Antônio em nenhum momento questionara o que fora feito, concordam.No início, os do povo não estão muito dispostos a ouvi-lo. Haviam sido convencidos de que César merecia a morte.Veem entre eles Brutus, homem de bem,em quem confiam. Mas eis que Antônio se revela um artífice da palavra. Dizendo não pretender desdizer o que fora dito pelos senadores ao povo, vai derrubando o discurso alheio, vai resgatando os feitos de César. O que ele diz e como diz revelam muitas coisas. Que o homem é facilmente manipulado pela palavra de um outro homem; e que basta uma palavra para levar uma nação à guerra. Não deixe de ler este texto que, além do já dito ,tem um português refinado, bonito, polido.



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