Emergentes 2.0
(André Faust; da EXAME)
Emergentes 2.0
Para o mercado americano de
internet, o mais importante do mundo, o ano de 2011 deve terminar com
inquietude e expectativa: o Yahoo!, um dos símbolos da primeira fase da web,
está à venda. Não é a primeira vez que isso acontece. Mas há peculiaridades no
novo cenário — em especial no que diz respeito aos postulantes à compra da
empresa.
Entre eles estão candidatos
óbvios, como a Microsoft, que teve uma oferta recusada em 2008 (ah, se os
acionistas pudessem prever o futuro!). Mas há outro que vem causando especial
furor nos mercados. Trata-se do grupo chinês Alibaba, gigante do comércio
eletrônico asiático e uma das empresas de internet que mais crescem em todo o
mundo.
Em 2005, o Yahoo! comprou 40% do
Alibaba por 1 bilhão de dólares. Agora, o Alibaba quer comprar essa
participação de volta — e, de quebra, levar o Yahoo! Com a transação, estimada
em 25 bilhões de dólares, os chineses poderão colocar as mãos sobre o portal mais
popular dos Estados Unidos e sobre 300 milhões de contas de e-mail.
A eventual
compra do Yahoo! pelos chineses é um daqueles eventos capazes de separar duas
eras. Mesmo que não venha a se concretizar, o episódio já vem sendo
interpretado como símbolo de uma nova fase para a web: a vez dos emergentes.
Até pouco tempo atrás, os Estados
Unidos eram o país com o maior número de cidadãos conectados. Nas últimas
décadas, não por acaso, foram empresas do Vale do Silício, como Google e Facebook,
as responsáveis por fundar as bases da nova economia digital.
Como em outros setores, porém, a
vez dos emergentes parece ter chegado também à internet. Não faltam indícios
desse fenômeno. Existem hoje mais chineses conectados na rede que pessoas
morando nos Estados Unidos. Nos últimos anos, o comércio eletrônico no Brasil
cresceu duas vezes mais rápido do que a média americana. Com óbvia inspiração em ideias de
negócios do Vale do Silício, países como China, Índia, Brasil e Argentina
produziram nos últimos anos um punhado de êxitos locais. Um desses casos é o
Baidu, serviço chinês de buscas online que em 2011 foi apontado pela revista
americana Fortune como a empresa de tecnologia que mais cresce no mundo.
Com exemplos como esse, é natural
que, daqui para a frente, investidores busquem encontrar não apenas o próximo
Facebook, mas também o próximo Baidu ou Badoo. Na prática, isso já vem
ocorrendo. Pela primeira vez, há dinheiro em abundância a escorrer para
empresas de internet de fora do Vale do Silício.
Desde 2005, estima-se que mais de
6?000 startups na Ásia tenham recebido investimento. Apenas em 2010, cerca de
38 bilhões de dólares foram investidos em jovens empresas de tecnologia da
China e da Índia, que ficam atrás apenas dos Estados Unidos no ranking de
países que mais receberam investimentos de capital de risco na categoria.
Efeitos desse fenômeno começam a
ser sentidos também no Brasil. Nos dois últimos anos, empresas de internet
brasileiras receberam investimentos de alguns dos maiores fundos de capital de
risco do mundo, como Accel Partners e Benchmark. Sinal dos novos tempos.
SITE: André Faust, da EXAME
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