BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Creer, esperar, amar
(Pedro Laín entralgo)

Publicidade
CREER, ESPERAR, AMAR são três notas constitutivas ou três actividades psicoorgânicas da estrutura dinâmica humana que, na óptica do autor, podem ser um excelente ponto de vista para entender o que há de mais essencialmente humano na vida do Homem. Metodologicamente, o estudo do ser humano, em Laín Entralgo, segue complementarmente a via fenomenológica da descrição, a via científica da explicação e a via filosófica da compreensão, culminando nesta a sua ideia de Homem integral. E porquê? Porque a descrição fenomenológica e a explicação científica revelam-se insatisfatórias para a compreensão da unidade e totalidade da estrutura dinâmica humana. Por isso, a compreensão do ser humano só pode ser dada através de uma reflexão filosófica que integre no seu ponto de partida quer o saber fenomenológico quer o saber científico. Esta compreensão reside no facto da estrutura humana se revelar na sua unidade e totalidade um enigma fundamental: a antropogénese, na sua evolução filogenética e ontogenética, é um verdadeiro enigma. Logo, a compreensão da realidade da estrutura humana só pode ser feita assimptoticamente, isto é, o saber humano sobre o humano, independentemente de integrar todos os saberes que se dedicam ao estudo do Homem, será sempre feito por aproximação. E porquê? Porque a estrutura humana dinâmica na sua materialidade, isto é, pelo seu corpo manifesta-se um corpo que pensa, quer, sente, e, essencialmente, crê, espera e ama. Ideia que levará Laín Entralgo a escrever um capítulo, na sua obra Cuerpo y alma, com o título, O meu corpo: Eu. Assim, o autor entende que as actividades psicoorgânicas de crer, esperar, amar, operando sobre um mesmo fundamento psicoorgânico, o saber, são os modos fundamentais de possuir humanamente a estrutura dinâmica da sua própria realidade e da realidade dinâmica da estrutura cósmica. Como escreve Laín Entralgo (p. 16), “(…) viver humanamente – viver seriamente o destino e a dignidade de ser Homem – é um procurar constante a realidade para, na medida em que o seja, conhecê-la e possuí-la. Obedecendo a este plano, o autor trata, no capítulo I, das Vias de acesso ao real. Partindo da afirmação “viver humanamente é, entre outras coisas, pensar” (p.16), o autor responde a perguntas tais como: em que consiste a actividade de pensar?; e, o que é o pensamento, enquanto actividade essencial do animal humano? No capítulo II, fala da Possessão do real e dos seus modos. Constatando, no capítulo anterior, que a actividade de pensar, por si mesma, não conduz à possessão do real, pergunta neste ponto: “o que é em rigor possuir a realidade?; como é que os homens podem possuí-la?” (p. 38). No capítulo III, dedicado ao Saber e Ignorar, o autor disserta acerca da aquisição do saber ao longo da vida e dos modos do saber segundo a intenção de quem o procura. Neste, aborda não só os modos dos saberes empírico e técnico, mágico, científico, filosófico, poético e sapiencial, mas também dos modos do saber segundo o grau de conhecimento (indeterminação, indício, ambiguidade, etc.), fazendo ainda o confronto entre o(s) saber(es) e o que é, de facto, a realidade (factos, ideias e hábitos). Nos capítulos IV, V e VI, temas centrais da sua obra antropológica, Laín Entralgo expõe a sua ideia de Crença, de Esperança, de Amor e de cada uma das suas respectivas antíteses: dúvida, desesperança e ódio. Neles, está bem patente o seu método fenomenológico, científico e filosófico de abordar os temas e os conteúdos antropológicos da crença, da esperança e do amor, que ele entende ser o modo mais essencialmente humano de cada ser humano possuir a sua própria realidade e a realidade do mundo e do cosmos. Mas que seria falar do ser humano sem um momento de desassossego? A ele, dedica-lhe o último capítulo: A inquietude e o sossego. Conclusão. Num momento da evolução histórica humana que vive a inquietude ou o desassossego de ver as estruturas económicas e financeiras, sociais e culturais, políticas e religiosas, éticas e morais, científicas e técnicas falirem, é chegado o momento da humanidade cumprir a sua meta suprema: tomar posse da sua própria realidade, da realidade do mundo e da realidade cósmica integrando aquilo que a humanidade tem de mais essencialmente humano, o saber, o crer, o esperar e o amar. Esta obra será um verdadeiro desassossego para quem a ler e se interessa por antropologia, fenomenologia, ciência e para quem quer conhecer a essência da sua própria realidade humana.



Resumos Relacionados


- Experimentar Deus

- Artigo

- O Príncipe

- Fundamentos De Metodologia

- O Mundo Como Vontade E Como Representação



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia