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Casa de areia e névoa
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Ele, um imigrante, outrora pertencente ao exército iraniano e acostumado ao status e ao conforto. Agora um anônimo entre os muitos que trabalham na construção civil nos Estados Unidos.Ela uma jovem confusa e desempregada, recém-abandonada pelo marido, mergulhada em autopiedade, recolhida em sua casa.Para a família do genro, ele mantém as aparências, trabalhou duro para pagar a festa de casamento da filha ( é o que se espera de um homem bem sucedido e é assim que ele quer ser visto). Mantém a esposa e o filho num hotel caro, enquanto se desdobra em dois empregos.Ela dorme o dia inteiro, depressiva. Louça e a correspondência se acumulam.Ele é meticuloso com o dinheiro, tem tudo anotado e acalenta um sonho: comprar uma casa no litoral, tal como a que possuía em sua terra natal. Para lá não pode voltar, sob pena de ser morto, então sonha em reconstruir sua vida nos EUA.Ela acorda com a polícia à porta, tem que sair da casa. Um erro burocrático e o fato de não ter se pronunciado quando notificada ( não lera a correspondência) não lhe deixam alternativa.Ele compra a casa, valendo-se das economias. Restaura e decora a casa com o que conseguiu trazer do Irã. Tem uma casa no litoral novamente. Não é tão imponente quanto a primeira que tivera, mas é sua casa. Sente-se realizado. Convida a filha, e a família do genro para um almoço.Ela, ao procurar reverter o erro do governo, fica sabendo pela advogada que só há um meio: o comprador terá que vendê-la ao governo pelo mesmo valor que comprara. Ela vai até ele pedir que o faça.Mas ele não concorda. Tem seus direitos. Comprou a casa, pagou por ela, reformou-a. Por que tem que pagar pelo erro do governo? Quer mais pela casa, mas não é isso o que os investidores do ramo imobiliário fazem? Só ele o monstro?É quando o inferno na vida dele se instaura. A moça passa a rondar a casa, feito gatinho que é deixado pelo dono para trás, ela está sempre voltando ( é relevante que o seu nome seja Kathy). Massoud Amir ( este é seu nome) decide vender a casa, quer evitar problemas. Mas a moça se alia a um policial e juntos decidem retirá-lo da propriedade. Para eles, Massoud é só um imigrante de nome estranho que não merece confiança. Nem respeito.Esse filme foi ao ar várias vezes, pelo canal Futura, tevê paga. Baseado em livro homônimo, é uma obra que merece respeito pelo tema tratado e pela excelente atuação de Ben Kinsley. Em meio a um povo que só vê valor em si mesmo e que vê o inimigo em cada estrangeiro, o que resta ao imigrante?Massoud Amir Behrani. Ele tem um nome, tem uma história, tem valores tais como a família, o trabalho, a disciplina, a honestidade. Mas de que vale? É como se não os tivesse, pois ninguém lhe dá voz. Ninguém se dá ao trabalho de conhecer o homem por trás da aparência e do nome. E tiram-lhe tudo.Da trama, a única a se livrar da morte e da prisão é justamente aquela que aparenta ser a mais frágil, a mais inexperiente da trama ( e de fato a América é jovem). Depois de tudo ela fuma um cigarro. E não derrama uma lágrima.Trilha sonora, enquadramentos de câmeras, excelentes atuações fazem deste um filme ímpar. Jennifer Connely e Kingslei dão vida a dois personagens antagônicos, ele rígido e fiel aos seus princípios, ela uma alcoólatra, desempregada e abandonada pelo marido. Ela representa a América jovem, poderosa e perdida. O filme é de 2003, logo após o atentado às torres gêmeas e um pouco antes do desastre econômico que a especulação imobiliária causou o país.



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