A Briga de Galos em Bali in: A Interpretação das Culturas
(Clifford James Geertz in: “A Interpretação das Culturas”. Rio de Janeiro – LTC 1989)
A Briga de Galos em Bali in: A Interpretação das CulturasA Briga de Galos em Bali, um evento banal, parece ser o esporte nacional daquele país, um equivalente ao futebol brasileiro, ou ao basebol norte-americano.Segundo o antropólogo, “grande parte de Bali se revela numa rinha de galos” (pag. 238), “[...] é apenas na aparência que os galos brigam ali __ na verdade são os homens que se defrontam.”É como se os galos fossem extensão dos homens. O ciclo de apostas é estabelecido ao redor das rinhas, respeitadas as hierarquias sociais, fazendo migrar o status social para o corpo da briga de galos e quem pertence a uma classe social mais alta faz melhores apostas e em caso de vitoria, o apostador recebe maior premio. É como a dramatização da própria vida balinesa na briga de galos, porém, a briga em si nada faz acontecer de concreto. Um resultado nas rinhas, seja ele satisfatório ou não, não tem o poder de mudar a vida das pessoas.Em Bali a briga de galos assume os temas sociais, os explicitando: tudo entra nas rinhas: força, masculinidade, orgulho, violência, animalidade, morte, perdas e ganhos... (...).as brigas, são, nesse caso, o ponto de vista da imaginação dos apostadores. Quando o galo morre, a vida não acaba ou fica melhor, pode ser que ela já pudesse até mesmo ser pior.A luta de galos balinesa: “é uma leitura balinesa da experiência balinesa, uma historia sobre eles que eles contam a si mesmos.” (pag. 316).A vida toda se resolve numa rinha de galos: como ganhadores e perdedores na rinha.“A cultura humana é um conjunto de textos (...) na qual o antropólogo deve saber ler por sobre os ombros daqueles a quem esta cultura pertence.”Clifford Geertz (1973a:452).Clifford James Geertz in: “A Interpretação das Culturas”. Rio de Janeiro – LTC 1989
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