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A Selva na selva - A vida dos mitos, os mitos da vida
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Documentário: A Selva
na Selva – A vida dos mitos, os mitos da vida, produzido pela TV Cultura, com
Direção de Luiz Carlos Martins de Souza, Paulo Cezar Freire –
Brasil, 2004.




RESUMO:



Dirigida por Luiz Carlos Martins de Souza e Paulo Cezar Freire, para o
Prêmio DocTV do ano de 2004, a obra “A Selva na Selva – A
vida dos mitos, os mitos da vida” fornece comentários sobre o modo de
viver dos manauaras, fazendo correlações entre lendas, saberes de diversas
disciplinas e as opiniões de alguns moradores da cidade, no intuito de entender
como se dão as relações sociais nesta região.

Inicialmente há uma comparação entre a “selva natural”, ou seja, a
floresta amazônica, rica em diversidade, porém considerada como um lugar
inóspito e pouco indicado para se morar, com a “selva de pedra”, ou seja, o
espaço urbano, simbolizado por Manaus, que, de certa forma, se acha incrustada
no meio de tanto verde. Tal correlação evidencia, não apenas, a destruição que
o homem causou a esse meio, como também, a possibilidade de harmonia que os
moradores da cidade podem estabelecer com este espaço, fortalecendo a relação
entre essas duas grandes selvas.

E, para entender essas relações, o autor faz um resgate histórico,
relacionando relatos da expedição de Francisco de Orellana e a Lenda das Amazonas,
no intuito de levar o espectador a pensar como isso não apenas interfere no
imaginário local, mas nos padrões de relacionamento da região. Assim,
primeiramente é abordada a questão do feminino, pensando um pouco sobre o papel
da mulher amazonense na sociedade.

Sendo assim, através do depoimento dos entrevistados, é apresentada de
forma superficial a figura das Amazonas, mulheres guerreiras, que retiravam um
dos seios para manejar os arcos, com destreza igual a dos homens e, ao mesmo
tempo, permite ao espectador interligar as falas para compor um perfil atual de
uma amazona, que seria uma mulher que abriria mão de parte de sua feminilidade
para competir em condições igualitárias aos homens no mercado de trabalho,
abrigando ainda, as seguintes características: ser aguerrida; versátil, pois,
trabalha dentro e fora de casa; ter grande participação na economia local como
mão-de-obra no distrito industrial; grande capacidade para exercer cargos de
chefia; ser determinada, entre outras, mas, que ainda busca reconhecimento da
sociedade.

E, para fundamentar esta postura feminina da mulher manauara expõe-se que
tal atitude é reforçada devido à atitude do homem da região, que, por ser brincalhão,
sedutor, que tem várias parceiras, sem comprometimento e sem tanta responsabilidade
em manter uma relação afetiva. O que
acaba influenciando as mulheres na maneira de se vê e agir em relação aos
homens, incentivando-as a serem mais diretas, espontâneas, bem como, encarar sua
sexualidade de forma mais natural e, para embasar este pensamento é traçado um
paralelo com a lenda regional do boto, em que o boto se transformava em um homem
sedutor que atraia as mulheres e, após possuí-las volta para os rios em sua
forma verdadeira. O documentário ressalta que esta lenda teve grande papel
social, pois servia para justificar a concepção em casos em que a paternidade
era desconhecida.

Outro ponto considerado é a
desvalorização do feminino da região, que reflete um lado negativo na relação
com a sexualidade, estabelecida, em que as mulheres passam a ser vistas como um
objeto, tal correlação pode ser trazida para o contexto atual, visto que é reforçada,
sobretudo para os turistas europeus, essa imagem de que as mulheres daqui sejam
“fáceis” e disponíveis para satisfazer fantasias alheias. Mas será que isso só
ocorre no Amazonas ou no Norte do Brasil? Que imagem do feminino está sendo
vendida para os outros países

Entre as críticas que o documentário expõe, tem-se a vida de aparências,
cuja prática é bastante adotada na região, exercida desde os tempos da
borracha, em que o que é mostrado não retrata a realidade, reforçando assim,
uma alienação cultural que afeta a todas as camadas sociais, do mais humilde
até os governantes, que se tornam alheios aos problemas do povo para pensarem
em si mesmos, se apropriando das riquezas locais e se valendo da impunidade.

E, sobretudo, que a luta pela sobrevivência na cidade, não é tão distante
da enfrentada pelos habitantes selvagens do imaginário do colonizador, pois a
selva de pedra segue regras muito similares às da selva natural, do que se
imaginava antes dessa obra.

Por fim, esta obra pode ser indicada para historiadores, antropólogos,
sociólogos, psicólogos e alunos dos respectivos cursos, bem como pessoas que se
interessem em saber um pouco mais sobre a região amazônica e seus habitantes,
entretanto, apesar da linguagem facilmente entendida, para assisti-lo, é
necessário ter um conhecimento prévio sobre a cultura e história da região,
pois há muitos pontos que possibilitam ampliar as discussões sobre o contexto
local, bem como pontos contestáveis que podem ser entendidos como depreciativos
a essa mesma realidade.



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