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O dom
(Susie Morgenstern)

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O posfácio é de Moacyr Scliar. O tema é vocação. A questão que se coloca
na narrativa é: o dom é algo nato ou é influenciado pelo ambiente familiar e
pelas expectativas que os adultos depositam nas crianças e nos jovens? No dia
em que o garoto nasce a casa simples, de judeus pobres, honestos e
trabalhadores é invadida pelos da comunidade. Cada um que chega profere ou uma
bênção ou uma profecia não muito animadora quanto ao futuro do garoto. Vão
chegando o rabino, a casamenteira, o carpinteiro, trazem presentes. Mãe e pai
recebem cada visita, cada dizer, cada presente com respeito e humildade.



Eis que chega um desconhecido trazendo uma caixa. É um presente para o
garoto, mas que só poderá ser aberta quando ele completar determinada idade. O
que será? Cada visitante, cada familiar vai proferindo sua hipótese, ora
positiva, ora negativa. Há quem sugira que a caixa seja aberta antes da data
solicitada, mas pai e mãe se mostram disciplinados. Os anos correm e quando
finalmente chega o grande dia, a comunidade acorre à casa do garoto para ver
que mistério há na caixa. E ela é aberta. É um violino. A família não dispõe de
muitos recursos para pagar um professor, mas há quem na comunidade que domina o
instrumento e ele aceita ensinar ao garoto como tirar música dele. Menino e
violino nunca mais se separam. O povoado se enche da música deles, ele ganha
mais experiência, consegue mais professores, vai tocar para o mundo.





A beleza do livro está no modo poético como a autora constrói a
narrativa, ao mesmo tempo em que insere o leitor no universo rico que é a
cultura judaica. Destaque para o senso de comunidade pertencente a esse povo,
que tudo compartilha entre os seus: alegrias, esperanças, tristezas. Nesse
contexto, pode-se inferir que nossas vocações resultam da combinação de nossas
habilidades, das influências recebidas, das esperanças e dos incentivos em nós
colocadas, das necessidades que o grupo ao qual pertencemos vivencia e a quem
ela deposita a responsabilidade pela supressão ou solução dela. O amor à música
e a esse instrumento erudito, o violino, os esforços empreendidos por uma
família de parcos recursos para que o menino-moço se tornasse um profissional
da música é uma clara mensagem aos que alimentaram um imaginário no qual os
judeus seriam pessoas gananciosas afeitas ao dinheiro e às riquezas apenas. Um achado para toda criança e adulto, de
leitura imprescindível.



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