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Uma Vida Inventada
(Maitê Proença)

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Maitê Proença tem uma beleza
inquestionável e que dói às vistas, como todos sabem. O que, por muito tempo,
não se soube, é que internamente, ela desenvolveu desde pequena, uma força
muito grande, capaz de abafar fatos que seriam grandes traumas a abalar a
maioria das pessoas. É com graça, leveza, ironia e até mesmo bom humor, que
nesta obra ela se revela em detalhes minuciosos, nem tão simples de se
identificar. Afinal nem tudo é realidade, como nem tudo é ficção, neste livro
autobiográfico. São duas histórias paralelas. A cada capítulo ‘normal’, temos
em seqüência, outro com letras menores em um tom próximo do castanho. Os
capítulos não têm numeração, indicando que a narrativa não é linear. Pode-se
ler como se desejar. Ou somente aqueles de letra menor primeiro; ou de cabo a
rabo, tanto faz. Maitê se nega a impor regras ao leitor, ela própria uma
quebradora de regras, ainda que tenha estudado em um colégio luterano e depois
tenha sido recebida por um padre. Em momento algum de sua vida ela lidou do
modo tradicional com a questão da culpa. Esteve sempre ao lado de seu pai,
processado por ter assassinado sua mãe, este que cometeria suicídio mais tarde.
“Não sou uma pessoa infeliz” afirma ela, e tal se confirma a seguir em seus
comentários de viagens por países de todos os continentes, e suas experiências
com tantas culturas diferentes. “Se estou às portas do abismo [...] por fim
brota em mim uma vigorosa curiosidade por todas as coisas”. A resposta que deu
ao seu destino foi o de viver intensamente, amar, apaixonar-se, permitir-se
acertar e errar, ter tristeza, alegria, sentimentos todos, do modo mais genuíno
possível. Assim pôde sobreviver. Compreendeu à si mesma e em conseqüência ao
mundo à sua melhor forma. Maitê descreve um pouco da cultura de cada lugar por
onde passou, e conta casos que são engraçados, o que de certa forma, quando ela
fala de sua experiência na Índia, lembra o famoso Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert, onde também temos uma
mulher moderna em uma viagem que na verdade é mais interna do que externa. A
diferença é que aqui temos uma brasileira que, desde a adolescência, praticamente
sempre viajou – em diversas ocupações, culturas, países, romances - em busca de sua vida mais genuína. E continua
viajando. É feliz por ser atriz, tendo aprendido também ali, evidentemente, a
lidar com a questão da mentira com a qual “há de se ter respeito” como afirma
ela, condenando tanto os moralistas como os fúteis zombadores que destratam
este nobre recurso. Como escritora, e mais madura, lida ainda com mais respeito
com essa prática ‘indigna’ ainda que ela mesmo afirme que “minha mãe morreu por
causa da mentira”. A leitura confirma o que aparentemente não se nota nos olhos
sedutores magnéticos de Maitê: trata-se de uma mulher incrivelmente forte no
mais original dos sentidos.



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