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Walden, ou a vida nos bosques
(Henry David Thoreau)

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Do mesmo autor de “A Desobediência Civil (A Defesa de John Brown)” – livro pelo qual Gandhi granjeou enorme respeito e simpatia – “Walden, ou a vida nos bosques” é um marco representativo da essência mais pura de Thoreau, um transcendentalista por excelência. Nele, relata a sua experiência de dois anos de vida nos bosques, junto ao lago Walden, em Massachusetts, fruto de um irreversível desejo de íntima contemplação e de «viver em profundidade e de sugar toda a medula da vida». Contudo, não se cinge apenas à mesma; ou seja, mesmo oferecendo ao leitor uma forma de com pouco dinheiro conseguir construir uma habitação e manter-se bem acima do limiar mínimo de sobrevivência, sublinha aspectos verdadeiramente importante da decadente sociedade de então. De facto, apesar de ter sido escrito no século XIX (embora só publicado quase 10 anos após o término da experiência), a obra é de uma actualidade impressionante. Desde os modos de vida do Homem comum aos motivos vários que impõem o seu encarceramento, Thoreau consegue relatar aquilo que está à vista de todos nós com uma veracidade única – a divinização da matéria, fútil e efémera por condição, e o relegar da real dimensão do espírito humano. E é isso que à obra confere um estatuto inovador, praticamente revolucionário.

Em suma, propõe um repensar de atitudes e de prioridades, sendo por isso que o legado mais importante desta obra não é a crítica nela exposta, mas sim a proposta de uma nova forma de condução de vida. Afinal, se o autor sobreviveu em magnanimidade na floresta, incrementando seu espírito e comungando com todo o que o rodeava, porque nós não o fazemos? Sendo o resultado dessa experiência é deveras gratificante, impõe-se o seguinte questionar: porque é que a vida não é sempre assim, plena de um contacto com algo de superior? Afinal, mais do que aquilo que fazemos ou pensamos, o que importa é o que sentimos! Por esta óptica, a poetiza brasileira Astrid Cabral refere, e bem, na introdução da edição portuguesa da obra, que «essa transcendência ofusca as possíveis e inevitáveis passagens obsoletas, ao mesmo tempo que o seu conhecimento da natureza humana torna universal e sempre oportuna a mensagem desta obra». Contudo, volvidos os dois já referidos anos, a pedido do filósofo e amigo Ralph Waldo Emerson (de partida para Inglaterra), termina a sua experiência da mesma forma natural e fluida com que a iniciou e recolhe-se em casa deste, em Concord, onde Thoreau nascera.

É uma obra de relevante erudição, diga-se de passagem, onde importa reter não só o simples relatar de sua experiência nos bosques, como também os motivos que a impulsionaram e as ideias bem definidas e fundamentadas que daí advieram. Apesar de ter falecido com apenas 45 anos de idade, Thoreau deixou-nos uma corrente de pensamento profundamente humanista, uma válida via que cada indivíduo poderá percorrer na busca do ser que é e do lugar que ocupa em sua sociedade, bem como na real diferença que nela poderá realizar.



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