Seleção Sexual e Desperdício
(Zahavi)
A relação entre atratividade sexual e longevidade é considerada um dos principais paradoxos da seleção sexual. De fato, esta relação evidencia o fato de que, em certos casos,seleção natural e seleção sexual atuam em sentidos opostos. Em 1975 o biólogo Amotz Zahavi (1975) propôs que a conspicuidade dos indivíduos, seja ela relativa à sua coloração,tamanho ou comportamento, sinalizaria de modo honesto aos seus potenciais parceiros reprodutivos as suas qualidades genéticas. De fato, o indivíduo que fosse capaz de sobreviver portando ornamentos chamativos ou adotando comportamentos que possam atrair a atenção de predadores seria mais apto do que um indivíduo com características menos conspícuas.Esta teoria ficou conhecida sob o nome de Hipótese da desvantagem Embora inicialmente bastante contestada, a teoria de Zahavi (1975) se fortaleceu como passar dos anos e foi desdobrada em outras teorias que exploram este efeito da desvantagem sob diversos ângulos. Entretanto, se já é relativamente bem estabelecido que as fêmeas de fato preferem machos que exibem caracteres exuberantes, pouco se sabe sobre o real efeito destes caracteres exuberantes na sobrevivência dos machos. Seriam eles de fato uma desvantagem?Sabe-se que, em algumas espécies, os machos sobrevivem menos que as fêmeas, mas o balanço entre longevidade e sucesso reprodutivo associados a diferenças morfológicas ainda foi pouquíssimo explorado. Uma melhor compreensão deste balanço contribuiria para uma melhor compreensão dos mecanismos por trás da evolução de ornamentos sexualmente selecionados, embasando, ou, pelo contrário, enfraquecendo a hipótese de Zahavi.
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