Quando a Vida Pesa
(Juliana Cariello)
Os Recursos Humanos das empresas criaram programas para
auxiliar os funcionários mais estressados. Atualmente, cerca de 30% das grandes organizações no Brasil oferecem aos
empregados serviços de apoio psicológico, jurídico e financeiro. Mas mesmo
esses bons programas têm dificuldades para cobrir as questões mais importantes
da vida, como paternidade, separação, doenças graves e morte.
Em boas empresas, uma saída tem sido encaminhar o
colaborador a coaches ou terapeutas ocupacionais. O objetivo é mantê-lo no prumo
enquanto atravessa uma mudança radical.
Embora cada ser humano reaja de forma particular à dor e à
alegria, é possível identificar comportamentos semelhantes diante de
determinados períodos da vida. Em momentos de luto provocados por perdas,
verifica-se tristeza, apatia, compulsão, diminuição da autoestima, alterações
no sono e recolhimento.
A produtividade não cairá, obrigatoriamente, durante ou
depois de uma situação dolorosa. Às vezes, a reação é oposta: o rendimento até
aumenta porque a percepção fica mais acurada e o trabalho acaba servindo como
válvula de escape.
Diante de situações extremas, em especial doenças graves –
própria ou de pessoas próximas- o profissional pode rever seus valores e adquirir um novo
comportamento. Objetivos previamente estabelecidos pela empresa podem deixar de
fazer sentido. Há um risco na queda do desempenho e é preciso tomar cuidado
para mantê-lo em níveis adequados.
Casos Graves . Ao deparar com uma situação imprevisível, como
doenças graves ou morte, o profissional deve manter a calma e informar o chefe,
os colegas e a equipe do ocorrido: nesse caso não vale a pena esconder as
informações, até porque você poderá ter de se ausentar da empresa e precisará
justificar a falta. Também é interessante tentar prever quais conseqüências a
situação de emergência pode trazer para sua rotina.
Muitas vezes, há dúvidas sobre o quanto se deve falar para o
chefe. Não há regras a respeito desses assuntos, porém, antes de tomar a
decisão, o mais indicado é mapear o ambiente. Uma possibilidade é lembrar como
a companhia tratou casos semelhantes, o que as pessoas fizeram como se
expressaram e como o chefe se comportou. Observar é também uma forma de
conhecer a cultura organizacional na prática.
E é preciso aprender a reagir de maneira equilibrada porque
há um limite para remoer situações difíceis. Ainda que possa parecer duro, a
capacidade de superação é uma qualidade e o período de dor é um momento para o
profissional observar a si próprio e aprender a lidar com a dificuldade. Por
outro lado, se pensar apenas na dor não é saudável, fugir do luto também não é.
Aqueles que desenvolvem compulsão pelo trabalho para fugir da tristeza tendem a
somatizar e, mais tarde, ter doenças.
Boas-novas. Caso
a mudança seja previsível, como casamento ou nascimento de filho, o colaborador
tem de saber se planejar. Assim, a correria dos preparativos não pode
interferir no desempenho – exceção feita à gestação de risco.
Para as noivas o maior erro é pensar só na organização do
casamento, porém esse é um evento pontual, já a carreira é para a vida toda e
as demandas corporativas continuam ocorrendo e merecem dedicação.
Nem todas as empresas têm um ambiente propício à revelação
de emoções. O nível de competição é tão alto em algumas companhias que, para
não se fragilizar diante dos colegas, os funcionários preferem enfrentar sozinhos a alegria ou a
tristeza. Se você está empregado em um lugar assim e está diante de uma
situação difícil, não hesite em recorrer ao RH ou a um psicólogo. O pior a
fazer é deixar a vida te levar.
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