Resumo de Um Dia nas Corridas -

Sinopse e comentário. Comédia com os Irmãos Marx. Endividada e
correndo o risco de perder para o empresário Sr. Morgan a casa de repouso que
pertencia à sua família, a jovem Judy Standish decide aceitar a recomendação de
sua rica paciente, a Sra. Upjohn, e contratar o Dr. Hugo Hackenbush, que seria
um médico brilhante. O que Judy não sabe é que Hackenbush na passa de um
veterinário, fazendo-se passar por médico para seduzir a Sra. Upjohn.
Paralelamente, o namorado de Judy, o cantor Gil Stuart, comprou um cavalo, o
Hit Hat, a fim de torná-lo um campeão e com o dinheiro das corridas pagar as
dívidas de sua amada, com a ajuda do empregado malandro Tony e do jóquei mudo e
atrapalhado Stuffy. Ao descobrirem a farsa de Hackenbush, Tony e Stuffy
acabarão por se unirem ao falso médico no esforço de salvar a propriedade,
ameaçada pelo Sr. Morgan, que desconfia do novo contratado e fará tudo para
desmascará-lo.

Este foi o segundo filme dos
Irmãos Marx pela Metro Goldwyn-Mayer (o primeiro foi Uma Noite na Ópera), o estúdio que os acolheria depois da Paramount
e da RKO. Na nova casa, o humor do grupo, caracterizado pelo deboche, o
escracho, a crítica às convenções sociais e também pela interminável capacidade
de Groucho Marx em criar diálogos como se criasse labirintos, sofreria um
processo de amenização, com o acréscimo de um romantismo ingênuo e valorização
dos números musicais. Neste Um Dia nas
Corridas (A Day at the Races,
EUA, 1937), a ação farsesca e de fôlego é interrompida duas vezes: primeiro
durante o show sobre a piscina onde Gil se apresenta, com os imponentes
cenários e a coreografia deixando claro que não se trata de uma apresentação
qualquer. É o momento também para que Chico e Harpo repitam a dobradinha já
executada em Uma Noite na Ópera, com o primeiro mostrando seu
talento ao piano e o segundo, hilário, destruindo o instrumento até
transformá-lo numa harpa, que executa com maestria.

O segundo número musical, embora
protagonizado pelos empregados negros e pobres da vizinhança, termina se
revelando tão rico e ambicioso quanto o primeiro, com Harpo dançando e tocando
flauta num celeiro com algumas crianças para, em seguida, ir tirando dos bares
os músicos e frequentadores e a todos trazendo para as ruas sob o ritmo
poderoso do charleston. Entre um e outro número, vê-se o grupo inspirado em
momentos como o golpe de Tom em Hackenbush no setor de apostas do hipódromo; o
exame de saúde da Sra. Upjohn por Hackenbush, Tony e Stuffy (estes, disfarçados
de enfermeiros, mas com a propaganda de um açougue no uniforme), que vai
culminar com a surreal imagem do hospital alagado e um cavalo correndo por seus
corredores com um pombo no dorso.

Quase sempre é a fraude que orienta as piadas. Há
sempre alguém passando a perna em alguém, e em algumas vezes isto é levado às
últimas consequências, como no pagamento ao xerife, em que a mesma nota de
cinco dólares por três vezes passa pelas mãos de Tom, do xerife e de Stuffy,
fazendo o segundo crer que está com quinze dólares quando na verdade não tem
nada. Ou quando Hackenbush se faz passar por um funcionário do que seria o seu
suposto emprego anterior, e ao telefone engana Morgan. Ou, ainda, quando Morgan
contrata uma mulher para seduzir Hackenbush e fazê-lo confessar a fraude. O
argumento, até ingênuo, é o que menos importa. Sob a direção segura de Sam
Wood, que tem o tempo certo da piada e o domínio sobre a movimentação dos
atores (o que, no caso dos Irmãos Marx, é fundamental), Um Dia nas Corridas vai desenvolvendo atabalhoadamente a sua trama
até culminar na corrida do título, com Harpo montado em Hi Hat e disputando o páreo
contra um jóquei desonesto. Aqui, vê-se o controle de Wood sobre o espetáculo
que está dirigindo.

Resumos Relacionados