Titanic a 3D
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Titanic é do selecto grupo de filmes que foram êxito de bilheteria da história, até o lançamento o gigante Avatar. Coincidência ou não, ambos são assinados por James Cameron, um dos directores mais importantes das ultimas décadas, conhecido por suas obras grandiosas e pelo trabalho com efeitos visuais, chegando a criar câmeras especiais para gravar a história dos Na’vi. No entanto, Titanic é o perfeito exemplo da máxima “façam o que digo, e não o que faço”. A estatueta do Óscar de Efeitos Visuais (uma das onze que Titanic venceu – feito só igualado por Ben Hur e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei ) provavelmente estaria em risco se essa conversão completamente desnecessária estivesse já no original. De facto, o espectador não percebe que está numa sala; não porque a conversão foi perfeita, mas porque é quase impossível detectar alguma cena 3D que já não tivesse a noção de profundidade embutida em qualquer 2D. Não é necessária uma sala de IMAX 3D para se sentir no papel de Rose (uma brilhante actuação de Kate Winslet) e Jack (Leonardo DiCaprio) na proa do navio. Essa é, essencialmente, a diferença do relançamento para sua origem. Fica, então, a dúvida sobre o real motivo para a volta às telas. Seria uma “nova visão da obra”, ou a velha obsessão capitalista pelo lucro máximo? A resposta, para o espectador, é irrelevante. Para quem só a conhece de suas milhões de exibições semanais na TV a cabo, vale muito a pena procurar alguma sessão financeiramente em conta (porque os preços estão abusivos), e aproveitar a oportunidade única de ver um clássico atemporal. Gostando ou não de Titanic, vê-lo é algo para contar a netos e bisnetos. Analisando o filme em si, percebe-se por que o roteiro não era uma das quatorze indicações. Baseado no conhecido acidente do Titanic – o “gigante inafundável”, que afundou ao se chocar com um iceberg no meio do Atlântico – o enredo acompanha os factos sob a óptica de um Romeu e Julieta do século XX. É desnecessário relatar a sinopse, porque não deve haver uma alma viva que nunca tenha pelo menos ouvido falar na história. Entretanto, deve-se ressaltar a irregularidade do roteiro, que mostra sua fraqueza na conclusão, tendo múltiplos fins, e sendo o ponto mais impactante anterior ao desfecho do casal principal. Em miúdos, Titanic muda de foco várias vezes, abusando de anticlímaxes. Vendo à luz da época de lançamento, Titanic certamente mereceu muitas das estatuetas que recebeu, em especial as técnicas; contudo, a impressão é a de que a Academia decidiu transformar o filme numa marca, eternizando como líder de vítorias, com uma música que é inconfundível, na voz angelical de Celine Dion. Analogamente, essa é a provável justificativa para James Cameron pagar pela língua e apelar para um péssimo 3D, a fim de retornar aos cinemas. Como nos últimos tempos Hollywood tem fabricado montes de bilheterias milionárias, o director quer relembrar a todos que sabe, sim, agradar ao público como ninguém. Por todos esses motivos que se deve deixar o orgulho de lado e participar da experiência única, se for pela primeira vez, ou ficar em casa e aproveitar qualquer uma das reprises semanais, caso já se tenha visto na primeira exibição.
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