A ética protestante e o espirito do capitalismo
(Max Weber)
Weber também tem o seu lado pessimista. Ele aponta de forma
negativista, porem inevitável, o processo de racionalização. Como Weber era um
grande participante da criação cultural de sua época, ele vê que a
racionalidade traz como resultado uma deflagração da cultura clássica,
principalmente a Alemã, pois o processo de evolução os trona cada vez mais
medíocres e com poucas alternativas.
Isso é consequência do que ele chama de Desencantamento do
Mundo, ou seja, a sociedade sai de um mundo habitado pela magia e o sagrado
para entrar em uma era de racionalidade material, manipulada pela ciência.
Todos os valores saem da vida publica, seja para ir de encontro ao transcendental
ou a fraternidade nas relações humanas diretas e pessoais. Para Weber esta
racionalização não leva o homem de encontro a Deus e um mundo feliz, isto é um
pensamento ilusório e ingênuo.
Mas esta historia não leva só há um mundo burocrático, pois
existem descontinuidades e crises, quando as estruturas, mesmo consolidadas,
podem se desfazer, e a rotina da vida se torna insuficiente para que se possa
dominar um estado que pressiona seu governo e que sofre. E quem irrompe com
toda esta pressão? O líder, profeta, herói ou simples operário que ainda possui
e consegue criar-nos outros o carisma, pois esta é uma qualidade considerada
possuidora de forças inacreditáveis, ou apenas, que não esta mais presente no
dia a dia, e, portanto, não é qualquer pessoa que a possui. Em algumas
situações, essas pessoas são ditas “enviadas de Deus”, apenas por portar este
carisma.
Com esta ênfase no individuo extraordinário, Weber cria um ser
que é capaz de grandes mudanças em relações dominadas pela racionalidade. Ao se
posicionar contra os poderes dos mágicos e sacerdotes, profetas e salvadores do
mundo, o individuo coloca todo seu carisma em posição contraria a consagrada
tradição destes homem “mágicos e escolhidos”, de forma a romper com este poder.
Weber considerava que estas burocracias que dominavam os estados, tinham como
principal característica o desprezo a religiosidade irracional, onde as
respeitavam apenas para dominar a massa. A massa proletária, e de certa forma a
burguesia, passa a ter aversão ao religioso. Porem, a massa proletária e a
burguesia que corre o risco de se tornar proletariado, são pressas fáceis as
missões religiosas, principalmente as que ainda consegue resgatar o ar
“magico”, já que neste palco sobrevivem mais os elementos emotivos dos que os
racionais.
E é neste momento que surgem de forma mais intensa as
lideranças carismáticas de ordens religiosas e politicas, “os profetas e
salvadores do mundo que esta se perdendo”. O carisma ainda assim, é tragado
pela logica voraz das instituições, que obrigatoriamente tem de assumir o rosto
cotidiano e repetitivo da institucionalização tradicional e, sobretudo
racional.
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