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Cultura e autenticidade
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A categoria de
autenticidade é utilizada colocada no texto de Sapir de três formas diferentes:

Primeiro, o
termo cultura pode sofrer uma ressignificação, já que a cultura em si não é um
elemento que é imposto ao individuo, e sim, um elemento que o perpassa, e pode
ser por ele também recriado. A cultura enquanto autentica é em si considerada
satisfatória, ela é harmônica e equilibrada. Havia antes do conceito de
autenticidade, varias formas de se conceituar a cultura, como a cultura etnográfica,
ou sentido técnico, no qual a cultura é tudo que o homem produz em sociedade.

No segundo
conceito, a cultura autentica é vista diferente do conceito de civilização, vista
como um progresso. Ao questionar a idéia de progresso, sendo esta o acumulo das
sofisticações que as civilizações possuem de experiências adquiridas com o
decorrer do tempo, é importante levar-se em conta que o progresso não é a única
forma de se medir o quanto uma cultura é autentica ou não. Este é um conceito
que a sociedade, sobretudo ocidental impõe na nossa forma de pensar. Sapir diz
que a autenticidade não significa que conforme mais progresso uma sociedade tem,
mais cultura terá do que outras, mas
sim, poderá ter formas variadas de cultura. Já que a civilização não é o único
padrão de valor a ser levado em consideração. Por exemplo; uma tribo indígena
afastada (ou sem contato como se utiliza) pode utilizar costumes de vida, como
cerâmicas antigas, formas de caça, regras de vida, e demais costumes como
antigos rituais, etc, tudo isso, vivendo conforme o seu passado mais antigo.
Isso não significara que essa tribo não tem mais cultura por não ser civilizada,
e não mostrar progresso na sua forma de viver, porém, se esta consegue manter
um padrão de vida satisfatório as suas necessidades, e principalmente, seus
membros se sentem felizes com este padrão de vida, pode se disser então que
estes são autênticos. Conclui-se deste segundo ponto então, que o conceito de
civilização, e portanto, de progresso, não são as únicas formas de se medir se
uma sociedade tem mais ou menos cultura autentica, pois não podemos avaliar
isso como o subir de um prédio, onde quanto mais se sobe e se adicionam
andares, mais alto esta, conforme exemplifica o próprio Sapir.

E por fim, a
terceira forma de cultura autentica colocada por Sapir é aquela na qual o
próprio individuo concretiza esta cultura, ou seja, é a experiência individual.
Quando uma pessoa tem uma relação que podemos chamar de “saudável” com o seu
meio cultural, ele vivencia uma experiência própria de cultura. E para que haja
essa relação saudável é necessário que o individuo esteja satisfeito, portanto
feliz, com o meio cultural no qual vive. E o individuo pode se sentir parte de
todas as esferas da vida cultural de sua sociedade, e esta, portanto tem uma
forma de cultura determinada. Como Sapir exemplifica também no texto, é como a
planta, pois por mais ramos que ela tenha e por mais distantes que sejam um do
outro e do próprio cerne, ela ainda assim é alimentada por este cerne e por uma
mesma seiva, ou seja, o individuo por mais distante que esteja de determinados
espaços da sociedade e até mesmo de seus indivíduos, ele recebe uma determinada
influencia deste meio cultural que a sociedade carrega consigo. Cada pessoa
pode através de tarefas simples estar conectada com toda uma forma de vida,
mostrando assim a autenticidade de suas praticas diárias, bem como, a casos
específicos onde ele pode também realizar uma vivenciar as praticas culturais
do seu meio, mas mesmo assim, estas não o conectem com a sociedade e nem mesmo
com sua forma de cultura. Como por exemplo; se uma pessoa que vive em uma
comunidade quilombola, sendo esta afastada de uma região metropolitana e que,
portanto ainda vive em um processo ao mesmo tempo de invisibilidade e de produções
artesanais, queria sair deste local para viver em uma região que o proporcione
bens matérias de produção externa e também um determinado status social que o
torne visível, ele poderá então ser chamado de autentico por procurar este meio
de vida, já que então ele seria contemplado com uma sociedade que o traria
novos artifícios para a sua vida; agora, se por outro lado ele resolver
permanecer no seu quilombo, vivendo uma cultura própria do local, e assim
contrariando a sua vontade, ele não mais poderá ser chamado de autentico, pois
não viveria conforme seu desejo, e também, perderia o acesso a elementos que
tornariam sua vida “melhor”.

Somando a este
terceiro ponto, podemos citar aqui o caso dos indivíduos chamados de “desajustados”.
São esses os que vivem de formas completamente diferentes da cultura no qual
estão inseridos, ou seja, que não se ajustam em nada aquela forma de vida cultural.
Ou então, podemos colocar neste grupo também aquelas pessoas que não se ajustam
apenas a um determinado valor cultural, porém, devido à sociedade em que estão
isso faz com que eles sejam totalmente desajustados. Como por exemplo, uma
pessoa que vivendo em uma região de nudistas, mas queira andar de roupas. Os
desajustados então são os que não vivem conforme a sua cultura ou alguns
valores desta.

Por
fim, para Sapir a cultura autentica é aquela na qual somo dois dos conceitos
citados e cria a ideia de que a cultura pode ser ao mesmo tempo produto de uma
civilização, algo que o povo carrega consigo, e é passado pelas gerações. E
também, é um produto individual, a qual tem um refinamento que o molda no
individuo.



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