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Cowboys & Aliens
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Atualmente, a indústria do entretenimento produz numa velocidade tão grande que o surgimento de idéias originais no mainstream se torna vergonhosamente raro. Isso pode ser observado muito facilmente nos recentes projetos cinematográficos, onde há uma verdadeira overdose de remakes, sequências e reboots de franquias que dificilmente merecem ser tão exploradas, desgastando gradativamente seu conteúdo.Felizmente, vez por outra, aparece alguém com uma idéia que, embora não parta de um princípio totalmente original, oferece possibilidades de manipulação realmente interessantes. Nesse contexto, nada serve de melhor exemplo do que o filme Cowboys & Aliens, que só pelo título nos faz perguntar: como ninguém pensou nisso antes? Dois dos maiores gêneros do cinema americano (faroeste e ficção científica) em um só filme, desafiando a imaginação e gerando boas expectativas em qualquer cinéfilo.A trama do filme é sobre um homem que acorda no meio do deserto sem lembrar porque está ali e nem mesmo quem ele é. No seu punho, há um estranho equipamento que ele não consegue tirar e nem sabe para que serve. A partir daí, acompanhamos sua jornada em busca de respostas ao mesmo tempo em que tenta sobreviver junto a outros personagens a uma invasão alienígena em pleno Velho Oeste.O primeiro ato do filme se desenvolve perfeitamente como um autêntico faroeste, um “bang-bang à italiana”, mais especificamente. Os estereotipados personagens deste gênero são introduzidos de forma bem natural, e cada um deles mostra sua potencial contribuição para a história. Paul Dano é o filho metido à valente e protegido do “coronel” da cidade, interpretado por Harrison Ford, que investe muito bem na sua expressão carrancuda; Buck Taylor, já veterano em faroestes, é o xerife experiente e de bom caráter; Sam Rockwell é o dono do bar que não consegue impor sua autoridade porque não possui e nem sabe usar uma arma, símbolo de respeito no contexto sócio-histórico do filme; Noah Ringer é o garoto órfão e inocente que precisa se tornar um homem; Olivia Wilde é a bela jovem misteriosa e destemida que serve de par perfeito para o igualmente misterioso estrangeiro sem rumo, interpretado por Daniel Craig.Depois desse meticuloso trabalho com os personagens, que arma de forma consistente o cenário e a atmosfera do filme, o principal evento da trama ocorre: o ataque extraterrestre. Como não poderia deixar de ser, a partir daí, o filme adquire outras características. Agora, todas as personalidades conflitantes que se apresentaram no início têm que unir forças contra um inimigo maior.Nessa cena, percebemos o primeiro indício de que o filme é bastante inclinado a escolhas erradas. O personagem de Paul Dano é literalmente retirado do enredo, levando consigo todas as possibilidades de desenvolvimento e relação com os demais que ele demonstrava oferecer de início. O filme consegue desviar um pouco a atenção disso para os flashbacks que Jake, o protagonista, começa a ter. Essa tentativa de compensação até que obtém sucesso, pois o espectador fica mais curioso em saber o que houve com Jake do que sentido pela falta de Percy, vivido por Dano. O problema é que, após uma breve retomada de estabilidade, o filme cai novamente em erros, dessa vez, maiores e irreparáveis. A personagem de Olivia Wilde, certamente mais misteriosa que o protagonista, carece totalmente de uma explicação válida, principalmente devido a um acontecimento específico – quem assistiu, sabe do que estou falando. O dono do bar, em vez de desenvolver um respeito entre os demais ao longo do filme, acaba sendo só mais um no bando que não sabe para onde vai. O descarado trabalho de última hora com um personagem tradutor acaba tanto forçando uma atmosfera melodramática quanto estragando o personagem de Harrison Ford, que de valente e carrancudo passa a ser um velhinho carismático adotando um papel paterno. O único dos coadjuvantes que não é completamente esquecido é o garoto órfão, que cumpre satisfatoriamente sua linha de desenvolvimento estabelecida no começo do filme.Tudo isso poderia até ser relevado enquanto falhas se pelo menos a história de Jake fosse tão interessante quanto se propõe a ser. Entretanto, a “grande” revelação sobre quem ele é e sobre o que aconteceu com ele acaba caindo no óbvio, no previsível, no simplório. O maior problema do filme está no roteiro, cujos autores parecem não ter tido paciência, criatividade ou interesse para se comprometerem com o tipo de personagens e atmosfera que propuseram no começo da história. Essa perda de ritmo e de qualidade é muito frequente em roteiros que passam por diversas mãos, como é o caso deste. A direção de Jon Favreau parece que segue este equívoco e também acaba perdendo o cuidado e a sutileza ao longo do caminho.No fim das contas, a única coisa que se pode tirar de realmente interessante do conteúdo do filme, além do primeiro ato e parte do segundo, são as cenas de ação, que embora não ofereçam nada além do que o público está acostumado a ver, ainda conseguem entreter. Já nos aspectos técnicos, há muita coisa a se considerar. É importante falarmos da excelente fotografia, que não deve nada aos clássicos de faroeste quanto aos belos enquadramentos e iluminação. A direção de arte, principalmente no tocante ao design das naves e dos alienígenas, também merece elogios. Mais em: http://contraargumento.com/critica-cowboys-aliens/



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