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A Hora do Espanto, uma lição de como fazer um bom remake
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A Hora do Espanto (Fright Night) segue a moda dos remakes de produções que fizeram sucesso ou que não foram devidamente reconhecidas em sua época. Dessa forma, é quase inevitável falarmos desse tipo de filme sem nos remetermos vez por outra à obra original, e já aviso de antemão que farei isso. No entanto, precisamos tomar cuidado para não cairmos simplesmente na pura e fácil comparação entre os dois filmes, tomando por base o original como a maneira correta de se contar a história e condenando qualquer coisa diferente deste. É essencial compreendermos a proposta da refilmagem no tocante às intenções de manter ou mudar certos aspectos em relação à primeira versão.Como na maioria dos remakes, a premissa original se mantém: um jovem descobre que seu novo vizinho é um vampiro e decide impedi-lo de fazer mais vítimas. Entretanto, esta mesma idéia se desenvolve de uma maneira muito diferente no novo filme. O primeiro ato se apresenta como um típico filme de colegial, mas o interessante é que conhecemos o protagonista em um momento de transição, e não de estabilidade marcada por estereótipos.Charley Brewster é um garoto que troca a companhia de Evil Ed, seu melhor amigo nerd, pela de outras pessoas que ele julga dar-lhe uma reputação mais digna. Porém, quando o conflito principal da descoberta do vizinho vampiro se estabelece, este arco dramático inicial fica totalmente esquecido. O desaparecimento temporário de Evil é uma parte necessária do enredo, mas a grande duração deste fato prejudica consideravelmente o interesse do público pela relação entre os dois amigos. Em compensação, o arco dramático de nuanças amorosas entre Charley e Amy, sua namorada, consegue se desenvolver naturalmente em meio à narrativa principal, assim como na primeira versão.Uma vez que Charley descobre que seu vizinho Jerry é um vampiro, logicamente ninguém acredita nele. Então, em um momento de quase desespero, ele decide ir atrás de Peter Vincent, um ilusionista que realiza performances teatrais de terror e diz conhecer muito a respeito de vampiros. O personagem, apesar de ser bem diferente do filme original, mantém a mesma essência e função na trama. Porém, na versão atual, essa função é diminuída, o que compromete muito o potencial das cenas de ação e do humor negro.As atuações deixam um pouco a desejar, pois os únicos que aparentam estar realmente se divertindo com seus papéis são David Tennant, que interpreta Peter Vincent, e Christopher Mintz-Plasse, que vive o amigo do protagonista. Infelizmente, nenhum dos dois têm o tempo de tela que mereciam. O mesmo acontece com Toni Collette, que faz a mãe de Charley, mas como sua personagem não exerce muita utilidade para a trama, acaba não fazendo falta. Colin Farrell exagera no seu ar sedutor, algo que já lhe é natural e ele tenta desnecessariamente forçar ainda mais, evidenciando a artificialidade dessa característica. Anton Yelchin (Charley) e Imogen Poots (Amy) fazem uma atuação básica, sendo que ela convence muito mais que ele.Os personagens são os mesmos da versão original, mas a personalidade de cada um e a dinâmica entre eles são outras, visto que muitos valores de 1985 (ano em que foi lançado o primeiro filme) não dialogam tão bem com os dias de hoje. Nesse sentido, o novo filme atualiza de maneira satisfatória essas características a partir de elementos comumente presentes em obras contemporâneas de caráter juvenil. Charley, que na primeira versão era ruim nos estudos e tentava forçadamente fazer sexo com a namorada, agora é um nerd que tenta impressioná-la; Amy, que era uma namorada dependente e com receio de perder a virgindade, agora é mais segura de si mesma, sendo ela quem se oferece sexualmente para o namorado; Evil, originalmente um esquisitão que ficava na sombra do amigo, agora cobra explicações deste para seu distanciamento e não depende dele para tomar atitudes; Jane, antes uma mãe careta que nunca ia ao encontro dos interesses do filho, agora participa da vida deste numa relação de amizade, chegando até a compartilhar seus interesses amorosos. No geral, o filme faz escolhas muito boas no tocante à mudança e à manutenção de elementos da primeira versão. Um desses elementos que o diretor Craig Gillespie manteve espertamente foram os designs monstruosos dos vampiros. Apesar de serem produzidos através de efeitos visuais, eles são muito fiéis à maquiagem empregada no filme original. Isso também resgata a bestialidade dos vampiros, muito esquecida nas obras mais recentes sobre o tema, dando lugar a um romantismo totalmente desvinculado à mitologia desses seres. Já uma das liberdades que o filme toma acertadamente em relação à obra de 1985 é o grande suspense em torno do convite de Jerry a entrar na casa de Charley (para quem não sabe, os vampiros não podem entrar em casa alheia sem serem convidados), o que gera interessantes cenas intermediárias entre o segundo e o terceiro atos.Para finalizar, é importante citar dois pontos altos do filme. O primeiro deles é a participação especial surpresa de Chris Sarandon, que interpreta o vampiro Jerry no filme oitentista. O segundo é a inusitada referência ao clássico da literatura de terror, Drácula, maravilhosamente homenageado quando Jerry corta seu próprio peito para alimentar uma recém-vampira com seu sangue. No fim das contas, A Hora do Espanto, que não prometia muito enquanto refilmagem de um jovem clássico, acaba sendo uma ótima diversão!http://contraargumento.com/a-hora-do-espanto/



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