Os perigos do mercúrio
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Esse metal possui ponto de fusão - 39 ºC e ponto e ebulição
357 ºC. É o único metal líquido a 25 ºC e 1 atm.
Os vapores desse metal, quando inalados, e os seus
compostos, quando ingeridos, podem ser facilmente absorvidos pelo nosso
organismo, sendo altamente nocivos.
À temperatura ambiente, esse metal evapora muito lentamente,
envenenando plantas e animais, que são contaminados via cadeia alimentar ou por
meio da respiração, principalmente nas proximidades de grandes quantidades de
mercúrio metálico.
O diagnóstico da contaminação, difícil de se fazer nos
estágios iniciais, torna-se mais claro com o aumento de seu teor no organismo. Os
dramáticos sintomas incluem dores de cabeça, entorpecimento da visão,
depressão, perda do cotrole motor e, finalmente, paralisia muscular e falha do
funcionamento dos rins. Deterioração mental e ou mudanças sensíveis de
comportamento também são frequentes em consequência do envenenamento.
Durante o século XIX, era comum o emprego dos compostos de
mercúrio no processamento do feltro utilizado para fazer chapéus. Assim sendo,
o personagem Chapeleiro Louco, do livro Alice no país das maravilhas, de Lewis
Carroll, fundamenta-se, na realidade, em um tipo comum de envenenamento sofrido
pelos chapeleiros da época, cujos sintomas incluem manifestações que se
confundem com a loucura.
Lâmpadas fluorescentes de mercúrio possuem, em seu interior,
o equivalente a uma gota de mercúrio líquido, no estado gasoso. Tanto
elas,quanto termômetros que contem esse metal inspiram cuidados quando
eventualmente quebrados. Cerca de 3 mililitros de mercúrio líquido são
suficientes, quando evaporados, para deixar a atmosfera de um quarto mal
ventilado com níveis de vapor de mercúrio acima do aceitável.
O descarte de efluentes industriais onde este metal esteja
presente constitui séria ameaça ao ambiente.
Qual a finalidade de usar mercúrio nos garimpos?
A resposta está relacionada com uma capacidade única desse
metal líquido. Ele é capaz de dissolver ouro, formando um amálgama (solução de
um metal - no caso, ouro - em mercúrio).
Assim, quando no garimpo não se encontram pepitas de tamanho
tal que se possa separá-las manualmente, adiciona-se mercúrio à lama que contém
ouro em forma de pó. Forma-se um amálgama de ouro, que não se mistura à lama. O
amálgama é, então, retirado e aquecido com um maçarico até a completa
evaporação do mercúrio, restando o ouro.
Durante esse processo, o garimpeiro se contamina
consideravelmente ao inalar os vapores tóxicos. A lama suja de mercúrio é
descartada no rio, para onde também vai a quase totalidade do vapor liberado,
que depois do resfriamento se condensa.
Há, nos rios, bactérias que transformam o mercúrio em
cátions metilmercúrio, e também em dimetilmercúrio. Ambos contaminam o plâncton,
que alimenta os peixes pequenos. Em seguida o mercúrio se espalha por toda a
cadeia alimentar, indo parar nos organismos de peixes maiores, no das pessoas e
no de outros animais.
É desse modo que o teor de mercúrio em cada organismo vai
aumentando ao longo da cadeia alimentar, num processo que recebe o nome de
bioamplificação, oferecendo sérios riscos ao ambiente e à saúde humana.
Já foram relatados casos de recém-nascidos com deficiências
mentais e neurológicas motivadas pela contaminação das mães por mercúrio,
durante a gestação.
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