Homens de Preto 3
(Marcelo Leme)
Direção:
Barry Sonnenfeld
Roteiro:
Etan Cohen
Elenco:
Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Jemaine Clement, Michael Stuhlbarg,
Emma Thompson
Convivendo
as escondidas na terra junto aos humanos, os alienígenas continuam dando
trabalho aos agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones). No inicio, piadas
envolvendo a dupla permite uma sensação de nostalgia, um acesso rápido a essa
relação tão conturbada quanto divertida. No entanto, a presença de Lee Jones
dura pouco, uma vez que um poderoso alienígena, Boris, O Animal (Jermaine
Clement), voltou para um acerto de contas com K e utilizará uma viagem no tempo
– voltando até 1969 – para reverter o passado apagando completamente a
existência do agente.
Na
utilização desse universo temporal, somos levados às melhores piadas do longa
quando se notam as distintas tecnologias de época, com objetos maiores e
pesados comparados aos minúsculos e portáteis de hoje. Também não faltam
referências a famosas personalidades suspeitando se tratar de aliens – Lady
Gaga, Tim Burton, Mick Jagger são alguns. Uma cena envolvendo o cineasta e
pintor Andy Warhol (vivido por Bill Hader) é inspiradíssima.
O
roteiro fecha um ciclo através de 3 bons atos, depositando no terceiro uma
comoção ainda não experimentada pela franquia. A realização remonta o que
anteriormente não era claro, buscando até mesmo constatar os motivos para que K
se tornasse uma figura tão amarga. O astro Will Smith tem a história para si,
se mantém em frente à câmera em quase todo o filme com carisma e caretas, algo
que em certo ponto incomoda pelas repetições.
Contrastando
ao poço de humor, Tommy Lee Jones balanceava tanta comicidade através de sua
seriedade imponente e respeitosa, algo que dura algum tempo neste MIB³ para
logo ganhar a forma de um outro ator vivendo K com 29 anos, Josh Brolin,
fazendo isso com notável eficiência. Carrancudo, porém mais cortês, o agente K
sessentista gozava da juventude, dando-se ao luxo até de flertar com a colega
de trabalho, a agente O (Alice Eve, enquanto jovem). Essa, no presente, vivida
por Emma Thompson, evidencia um amor não acontecido, justificando o quanto o envelhecimento
de K fora frustrado com relação ao desejo.
O ano reproduzido reconta a história. Têm-se a depreciação dos negros,
mencionada num ato, tempos depois da morte de Martin Luther King, como também a
chegada do homem à Lua. Tais ações marcantes da história humana contribuem
para a lógica da obra de Sonnenfeld.
Jermaine
Clement faz um ótimo vilão e rouba cenas, a maquiagem dá uma credibilidade
assustadora lhe conferindo perigo. Outro que ganha o espectador é Michael
Stuhlbarg que encarna o alienígena Griffin com sutileza.
Sem
novidades, mas com empatia suficiente para agradar o espectador, MIB³ termina
competente e lisonjeiro. É garantia de boas risadas e um complemento
interessante ao que faltou nos anteriores em termos de trama, deixando uma
sensação de dever cumprido com bom ritmo, carisma e alienígenas ainda mais
grotescos.
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