Resumo de Numa noite muito muito escura

Um livro escuro, todo escuro, predominando o preto e o marrom. Uma sucessão de repetições da mesma palavra. Um ser considerado asqueroso, o camundongo, correndo às pressas e sozinho por uma floresta, depois por uma cidade deserta, tendo um gato a sua espreita. Uma casa vazia, desconhecida e cheia de sombras. Para onde estará ele indo?E qual a probabilidade desse livro atrair crianças pequenas? Todas. Porque elas se identificam com o personagem pequeno e frágil. Porque as repetições funcionam como um componente de segurança num tempo de vida e dentro de um texto que mexe com os medos dos pequenos: do escuro, da noite, de estar sozinho, de ser atacado por um ser maior , mais forte e astuto.Sem dúvida, foi-se o tempo em que se escrevia mais por intuição, sabe-se o que e como escrever, dependendo do público leitor. Os escritores de hoje tem pedigree.... O livro aqui descrito tem capa dura, papel nobre e é publicado por uma editora reconhecida por sua qualidade, exclusivamente voltada para o público infantil.Mas quantas crianças pequenas terão acesso a esse livro e consequentemente terão a oportunidade de ter seus medos, anseios, gostos e preferências mediados por ele?Houve um tempo em que os lares humildes não abriam mão de ter um livro, uma enciclopedia, geralmente comprados de vendedores porta-a -porta. Domingos Pellegrino fala disso num dos seus livros, o meu preferido já que fala da sua admiração pelos professores que fizeram diferença na sua vida. Eram mestres do ensino, apaixonados pelo ensino, pelas crianças e pela matéria ensinada. Ele vai nos contando das suas noites em claro, lendo os livros comprados por sua mãe, livros que devorou, os de poesia, os do Monteiro Lobato, os de coletânea de contos. Hoje já não se compra mais livros no portão. as crianças recebem livros dos programas e até curtem, o problema é a passagem para os textos mais longos e complexos e a manutenção do gosto pela leitura a medida que os anos avançam.Acredito que deva se centrar fogo nos primeiros anos escolares, que seduzir um jovem para a página impressa não é impossível, porém mais difícil. No caso deles, é um trabalho de se ganhar um por um, e isso, numa escola de massas. Criança não. A professora lê em voz alta o livro ora resenhado e elas até choram querendo levá-lo para ler em casa, mesmo quando ainda não sabem ler. O jovem pode até se interessar por um livro que a professora comentou ou fez a leitura de um trecho em sala de aula. Mas o volume de páginas, as dificuldades do manejo com o texto ou as outras distrações podem fazê-lo abandonar o livro. Para a criança é um prazer, para o jovem é desafio.

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