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Iluminismo. Conceito
(Michel Foucault)

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O título acima é a mesma pergunta respondida por Immanuel Kant - Was ist Aufklärung? - em 1784. Era basicamente uma reflexão de um grande pensador sobre seu próprio presente. Naquele tempo, o presente era concebido em três formas: 1) como uma "era do mundo distinta das outras, por meio de algumas características inerentes"; 2) um sinal de um evento iminente; e 3) "um ponto de transição para o amanhecer de um novo mundo." Essa concepção partiu de Kant, que via o presente como uma "saída" do estado de "imaturidade", este descrito como o deixar os outros lhe dirigirem ou conduzirem em uma área na qual a pessoa seja incapaz de fazer uso de sua razão quando necessário. A preguiça e a covardia são as razões citadas por Kant para esse estado de "imaturidade". Assim, ele propôs um lema ou instrução para o Iluminismo - Aude sapere, "ouse saber" ou "tenha coragem de usar sua própria razão".Kant caracterizou o Iluminismo como uma tarefa e uma obrigação, tanto individual quanto coletiva. Ele também distinguiu o uso privado da razão e do uso público da razão. Por um lado, quando se é uma "engrenagem de uma máquina" ou se desempenha um papel na sociedade, o indivíduo faz um uso privado da razão em determinadas circunstâncias e com certos fins em vista. Quando, por outro lado, se utiliza o raciocínio como um ser racional e com fins de reflexão e convencimento, trata-se de um uso público da razão, que deve ser livre.Foucault (1984) resumiu a descrição de Kant do Iluminação como "o momento em que a humanidade passará a colocar a sua própria razão em prática, sem submeter-se a qualquer autoridade. É precisamente nesse momento que a crítica se faz necessária, pois o seu papel é a de definir as condições em que o uso da razão é legítimo, a fim de determinar o que pode ser conhecido, o que deve ser feito e o que se pode esperar ..... o Iluminismo é a idade da crítica." Isso, para Foucault, caracteriza a "atitude da modernidade".Embora a modernidade tenha sido referida como uma época na história, imprensado entre a pré-modernidade e a pós-modernidade, Foucault gostaria de imaginá-la como uma atitude mais do que uma época da história. Por atitude, ele quis dizer "um modo de se relacionar com a realidade contemporânea, uma escolha voluntária feita por certas pessoas; no final, uma maneira de pensar e sentir, uma maneira também de agir e de se comportar que ao mesmo tempo marca uma relação de pertença e se apresenta como uma tarefa. Um pouco, sem dúvida, como o que os gregos chamavam de um "ethos". Voltando à descrição de Kant do Iluminismo como uma "saída" ou "escape", é como se estivéssemos dentro de um teatro ou cinema cercado pela escuridão, distraídos e absorvidos pela realidade na tela, mas com uma luz vermelha piscante que nos convida a uma saída em caso de incêndio. Esse incêndio representa as mudanças e rupturas de rotinas. Verdadeiramente, é bom ficar para sempre dentro de um cinema, um espaço que nos diverte e nos faz esquecer os problemas por algum tempo.Ou apenas temos medo de enfrentar nossas próprias sombras e preferimos nos esconder na escuridão? Kant nos lembrou que o iluminado não tem medo de sombras. Ter medo das sombras parece natural, mas na realidade isso pode ser criticamente interrogado. Para fazer isso, é preciso uma atitude filosófica, como propôs Foucault, uma crítica de quem somos, uma análise dos limites que nos foram impostos e uma experiência ou projeto de possibilidades transcendentes.Referência:FOUCAULT, Michel. O que é o Iluminismo . In: ESCOBAR, Carlos Henrique (Org.). Michel Foucault (1926- 1984) - o Dossier - últimasentrevistas. Rio de Janeiro, Livraria Taurus Editora. Curso inédito de Michel Foucault no Collège de France, 1983. Transcrição deKatharina Von Bülow. Dossier Michel Foucault. Publicado originalmente no Magazine Littéraire , 207, maio de 1984.



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