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Teorias DE LEITURA
(Águeda Lemos)

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As diversas formas de expressão do pensamento tiveram início ainda
antes de Cristo quando a preocupação ainda
era as ações e os feitos dos heróis, sua
origem e natureza, antes que os aspectos estéticos da produção textual.

Após Platão e Aristóteles, que deram início à teorização textual, surgiram
grupos defendendo ora o aspecto normativo da chamada estética clássica
(preocupação com a forma), ora, o aspecto descritivo quando o autor liberto de
pressões, produzia livre e espontaneamente para depois enquadrar a obra em um gênero literário.

A tendência normativa persiste até o
século XX quando as primeiras reações tiveram efeito. Uma nova atitude de preocupação com o leitor,
principalmente com a resposta ao
estímulo provocado pela leitura é
influenciada por correntes
filosóficas como a fenomenologia e a hermenêutica originando teorias inovadoras
no campo da literatura e da leitura.

O método fenomenológico apresenta e
esclarece o acontecimento tal como ele se mostra. Na literatura ele influencia
alguns teóricos quando se preocupam com o leitor enfatizando o papel da
consciência afirmando que “o texto
literário só existe quando passa para a consciência do leitor” e´ o que afirma
Wolfgang Iser, criador da teoria do Efeito Estético.

Segundo essa teoria o texto literário é como uma pintura que só
toma forma, corpo, movimento, cor, vibração, intensidade se o leitor ou o
apreciador da obra é capaz de absorver essas emanações, ou seja, quando texto e
leitor se interagem intimamente ao nível da consciência. O autor no momento da
criação interatua com um leitor implícito; aquele para quem ele redige o texto,
considerando o seu repertório cultural,
suas normas sociais, sua bagagem de conhecimentos. Assim, o leitor real é livre
para construir e reconstruir o
significado num processo contínuo transformando o ato de ler numa atividade
dinâmica em que leitor-texto-autor estabelecem elos de trans-ações afetivas. A
teoria do efeito estético tenta compreender o que se passa com o receptor no
momento da leitura. A ênfase é dada na interação individual: leitor, sua
consciência e o texto literário.

A teoria Estética da Recepção tem como criador
Hans Rober Jauss, influenciada pela
hermenêutica de Hans-Georg Gadamer, estuda a leitura sob o enfoque da
interpretação textual. Quando lê, o leitor interpreta e compreende a mensagem enviada através do
texto pelo autor. É a visão reprodutivista de leitura segundo Silva (apud Zappone, p.51)
que algumas escolas promovem, ao adotarem como corretas apenas as idéias do
professor ou do próprio livro didático, é o tipo de ensino de leitura onde
reside a presença da censura, problema característico de cunho
filosófico-religioso de nossa sociedade. A interpretação de textos deve
proporcionar uma compreensão do contexto onde o leitor se situa, permitindo uma
abertura para a discussão do que foi lido e não ser imposição de pontos de
vista pré-determinados ou pelo professor ou pelo autor do livro didático.


Assim, “uma obra é lida
porque é compreendida”, e exatamente preenche as expectativas históricas e
sociais do leitor, como afirma Jauss preenchendo as dimensões histórica e
coletiva da leitura.

O leitor pratica constantemente a
leitura do mundo, aprende organizar seus conhecimentos, estabelece relações
entre as suas experiências e resolve os conflitos que se apresentam em si mesmo
e em sua volta.


O ser humano em busca da realização pessoal necessita da leitura
pelo fato de ela deter algumas funções que se relacionam com o cognitivo, o
afetivo, alem da dimensão estética e criativa estimuladas pela leitura de
obras literárias e poéticas. Somam-se a
essas funções específicas, uma outra tão importante como as anteriores – a função
social. A leitura possibilita ao indivíduo a abertura de uma visão de mundo
ampliada, tornando-o receptivo ao intercambio com outras pessoas, avança alem
das paredes da sala de aula, conscientizando-o do seu papel social na sociedade
em que se acha inserido. (Márquez p. 16)



Os estudos sobre
leitura e compreensão vêm passando por varias propostas entre elas o
processamento ascendente (botton-up) em que o leitor sintetiza e analisa indutivamente as informações
visuais construindo o significado; processamento descendente (top-down) é uma abordagem em que o leitor faz uso do processo analítico dedutivo das
informações usando o seu conhecimento do mundo, da linguagem e das informações
contidas no texto. As hipóteses
levantadas pelo leitor levam-no empreender uma busca no sentido de confirma-las
ou refutá-las. Uma outra visão foi formulada a partir das
duas anteriores, a visão interativa em que
uma conciliação entre os modelos anteriores é proposta sendo que o
processamento da informação se dá tanto de maneira ascendente como descendente,
um modelo em que o ato de ler é visto como interação entre leitor e autor.(Márquez
p. 29)

Concluindo,
qualquer que seja o modelo proposto, retrata um tipo de processo de leitura que
depende das condições individuais e
subjetivas, grau de maturidade do
sujeito como leitor, nível de complexidade, estilo individual e o gênero literário.
Conforme o nível de complexidade do texto o leitor aplicará o modelo mais adequado. A leitura de um texto
puramente teórico exigirá do leitor o funcionamento de sistemas cognitivo e
lingüístico mais apurado do que um texto do gênero literário ou ainda um texto bíblico ou jurídico ou
ainda um manual de instruções. Os textos bíblicos e jurídicos não são
compreendidos, são interpretados. Não se lêem manuais de instruções como se
fora um romance e antes, não são redigidos como tal. Para cada tipo de
publicação um estilo , para cada leitor o texto adequado.





REFERÊNCIAS



MÁRQUEZ, Damaris Nain.
Aspectos (linguísticos)-cognitivos do processo de interpretação textual.
Goiânia: UFG, 1991. p. 16-51. Tese.

SILVA, Ezequiel T. O ato
de ler: fundamentos psicológicos para uma
nova pedagogia da leitura. São Paulo: Autores Associados, 1987.

ZAPPONE, Mirian Hisae Yaegashi.
Práticas de leitura na escola.Campinas: Unicamp 2001. Tese. www.unicamp.br Acesso em 28/06/2010.



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