Prometheus
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Sinopse. Ficção científica abordando eventos anteriores aos do
filme Alien – O Oitavo Passageiro. 2093. A descoberta de
hieróglifos semelhantes em diferentes partes do mundo, indicando a presença de
seres extraterrestres na Terra, leva a empresa Weyland Corporation a patrocinar
a viagem da espaçonave Prometheus ao lugar que seria o planeta de origem destes
seres. No entanto, enquanto o casal de cientistas Elizabeth Shaw e Charlie
Holloway espera encontrar respostas sobre o criador, a executiva Meredith
Vickers, auxiliada pelo andróide David, tem objetivos diferentes quanto à
empreitada. A chegada ao planeta trará não apenas revelações cruéis quanto à
origem da vida na Terra, mas, principalmente, colocará toda a tripulação em
perigo, com a descoberta de uma forma letal de vida.
Comentário. Na mitologia grega, Prometeu foi o titã que, ao roubar
dos deuses e trazer para os homens o segredo do fogo, receberia daqueles a
punição de permanecer acorrentado a uma rocha, por toda a eternidade, com uma
águia a devorar-lhe o fígado. Em Prometheus
(Prometheus, EUA, 2012), o fogo é a
busca pela origem da raça humana e o encontro com o nosso criador – que acabará
se revelando um ser tão desprovido de divindade quanto a sua criação. No caso,
criações, visto que serão as experiências dos “engenheiros” (denominação dada
por Elizabeth e Charlie aos extraterrestres) que terminarão por dar a luz,
também, aos terríveis monstros que Sigourney Weaver iria enfrentar nos quatro
filmes da série Alien, sem contar os
dois Alien x Predador. Falando neste
último, cabe perguntar-se se, pela altura, pelas armaduras e pelo comportamento
em relação aos humanos, não haveria algum parentesco entre os engenheiros e os
predadores. Nunca se sabe.
Prometheus, no entanto, não pretende ser apenas o “filme que deu
origem a Alien”. Embora haja várias
referências ao original de 1979 (da música tema, executada durante a
apresentação do milionário Peter Weyland à tripulação da nave, ao comportamento
das duas poderosas personagens femininas, passando pela existência de um
andróide com comportamento ambíguo e pelo “alien” em si), o atual procura
seguir outro caminho e tem distintas ambições. Diretor dos dois filmes (e de
outro clássico da ficção científica, Blade
Runner), Ridley Scott quis criar uma fantasia sobre a origem da raça
humana, e se entusiasmou tanto com o resultado que definiu seu Prometheus como um “2001 com anabolizantes”.
Comparação pouco feliz. Por mais
que Prometheus, em sua primeira
metade, seja um delicioso espetáculo visual (com paisagens belíssimas e
cenários gigantescos repletos de detalhes, cujo fascínio despertado a
tecnologia 3D só faz ampliar) e procure seguir o lema da busca pelo
desconhecido, o roteiro logo se dá por satisfeito com esta introdução. Parece
dizer que o visual e as inovações tecnológicas (as bolinhas vermelhas voadoras
que escaneiam a caverna, e as gravações holográficas deixadas pelos
engenheiros) são suficientes. Esquece-se, no entanto, que um espetáculo deve
ser espetáculo do início ao fim. Ou deslumbra, ou choca, ou assusta, ou provoca
reflexão. Mas alguma coisa tem que fazer. Não é repetindo as piores fórmulas
que Ridley Scott vai fazer seu filme ser comparado ao de Stanley Kubrick.
Assim, embora comece (muito) bem,
quando resolve incorrer no horror Prometheus
parece decidido a forçar a barra e escorregar propositalmente em todos os
clichês do gênero, com personagens mal elaborados fazendo tudo aquilo que não
deveriam. Difícil crer em cientistas tarimbados cometendo, em tão pouco tempo,
as besteiras que cometem dentro da caverna, como o biólogo que tenta fazer
carinho na ameaçadora serpente que acabou de sair da lama cósmica pegajosa.
Isso sem contar na força impressionante da protagonista, que sofre uma profunda
cirurgia e, recém saída da mesa de operações, corre, pula, apanha e se sai
melhor do que lutador de UFC, sugerindo ainda voltar para uma continuação.
Talvez venham daí os anabolizantes.
Quem viu o trailer de Prometheus não conseguiu fugir do
trocadilho: era um filme que prometia.
A excelente trinca de protagonistas, Noomi Rapace (Elizabeth), Michael
Fassbender (o andróide David) e Charlyze Theron (a executiva Meredith)
prometia. O diretor, capaz de feitos como os citados Alien e Blade Runner, e
que realizou ainda Gladiador e Thelma & Louise, e na TV produziu séries
como Numbers, Os Pilares da Terra e The
Good Wife, também prometia. A própria ambição do tema prometia muito. Quem
sabe na continuação.
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