Sombras da Noite
(Rodrigo Torres de Souza)
Direção:
Tim Burton
Roteiro:
John August, Seth Grahame-Smith
Elenco:
Johnny Depp, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Bella
Heathcote, Chloë Grace Moretz, Gulliver McGrath, Jackie Earle Haley, Jonny Lee
Miller, Christopher Lee, Alice Cooper.
Barnabás
Collins (Johnny Depp) e sua noiva, Josette Dupres (Bella Heathcote), são
amaldiçoados pela bruxa Angelique Bouchard (Eva Green), amargurada por seu amor
não correspondido pelo jovem herdeiro de Colinwood. Assim, Barnabás vê sua
amada morrer e, transformado em vampiro e acusado de crimes que não cometeu, é
condenado pela população ao cárcere dentro de um caixão. Libertado após 200
anos de confinamento, Barnabás se vê na condição de recuperar o prestígio
financeiro de sua tradicional família e viver um novo amor com a governanta
Victoria Winters (a mesma Heathcote), ambições que provocam a ira de uma rival
centenária.
O
tom afetado de Johnny Depp na composição do protagonista reproduz a seu modo a
típica figura vampiresca, servindo bem à comédia sem, felizmente, voltar a
parecer um espectro de Jack Sparrow. Grahame-Smith e Burton apresentam o
que de melhor tem o filme: a exploração do choque de culturas entre o eloquente
vampiro britânico do século XVIII e a sociedade pós-hippie da colorida década
de 70. Os mesmos realizadores, porém, também pecam pelo excesso, destinando
tanto tempo de projeção a inteiros diálogos e cenas inúteis ao desenvolvimento
da trama.
Problemas
no roteiro e referências - a obras do próprio Burton e a de outros cineastas -
também marcam a participação de duas atrizes com atuações de destaque: a
exótica Bella Heathcote, cujo visual faz de si A Noiva Cadáver em carne e osso, compõe sua Victoria Winters com
notáveis firmeza e personalidade, sendo injustamente preterida quando o foco é
todo voltado para Barnabás; e Eva Green como uma bruxa devidamente sensual e
ameaçadora, verdadeira femme fatale prejudicada por um desfecho
anti-climático.
Em
uma avaliação mais objetiva, pode-se dizer que o filme é um passatempo
esquecível, tão irregular que sobrevive por alguns bons momentos proporcionados
por Johnny Depp e uma ou outra sacada que tenha sobrevivido aos expositivos
vídeos de divulgação, como não foi o caso da hilária presença do andrógino
Alice Cooper. De qualquer modo, referências bem colocadas não podem ser suficientes diante a tanta
falta de capricho no material, bruto, como que “finalizado” às pressas por um
estúdio ávido pela imediata arrecadação nas bilheterias, ciente de que o lucro
pode se sustentar por ações de marketing e reputação dos envolvidos, não
necessariamente pela qualidade do produto que ganha as telas – e é uma pena
perceber que alguns trabalhos de Tim Burton contribuem para a consolidação
dessa tese.
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