Resumo de Jornal hoje -

A cada ano, o mundo perde 120 mil quilômetros quadrados de terras
férteis, segundo a ONU. A área representa quatro vezes e meia o estado
de Alagoas. O Atacama, um dos desertos mais secos do planeta, é palco da
luta de seus habitantes para enfrentar a escassez de água.

O Atacama não é o maior deserto do mundo. Só o mais alto e mais árido,
com regiões que passam décadas sem uma gota de chuva. Há gente, no
entanto, que vive no local. O vilarejo mais próximo de um trecho da
rodovia Panamericana é Inca de Oro, a 20 km, mas, em um terreno plano e
vazio, é visível da estrada.

O lugar já teve milhares de habitantes, mas hoje tem só 400. A água que
permite algum verde é subterrânea ou chega de caminhão. Um morador diz
que, para beber e cozinhar, só água mineral. Falam em contaminação com
arsênico pela mineração, única atividade econômica.

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Nos limites do deserto, está Copiapó, com 180 mil habitantes e
crescendo aceleradamente. É a capital de um vale fértil, mas ameaçado. O
modesto rio Copiapó só é visível longe da cidade. Desaparece terra
adentro. Sobre o leito seco, um geólogo explica: “É a superexploração
que está acontecendo”.

Mesmo com irrigação moderna, a produção de uvas e das famosas azeitonas
consome muita água subterrânea. O nível dos poços vem baixando muito,
até três metros por mês, segundo a empresa responsável. “Deram muitos
direitos de água onde não havia essa quantidade”, diz o diretor da
companhia.

Direitos de água são licenças para explorar poços, que somam 20 mil
litros por segundo, cinco vezes a reposição natural, de quatro mil
litros por segundo. Líder de uma associação de agricultores, Carlos
mostra no mapa poços inexplorados, mas já vendidos a mineradoras de
cobre e ouro, que também usam muita água. Um litro por segundo chega a
valer R$ 120 mil.

A água vem carregada de sais e ainda é cara, reclama Aminta, uma
moradora. Com apenas duas pessoas na casa, custa cerca de R$ 120 por
mês. A companhia de água prepara uma usina de dessalinização, mas o
preço deve aumentar junto com a qualidade. “Onde há dinheiro, há água. E
nós não temos nada”, lamenta um trabalhador rural.

O futuro do vale passa mesmo pela dessalinização. Mineradoras já
instalam tubulações para trazer água do mar. Uma associação de
empresários calcula que o sistema pode começar no fim desse ano.

Em Chañaral, cidade costeira, há outra esperança que vem do mar, as
"atrapanieblas". Essas telas capturam água da densa neblina do Pacifico.
É um projeto apoiado pela Universidade Católica do Chile. “Ainda
precisa de aperfeiçoamento tecnológico, mas não é só um sonho”, diz a
pesquisadora Pilar Cereceda.
Vinte funcionários de um restaurante na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, fizeram um bolão e acertaram a Quina de São João, da loteria da Caixa Econômica Federal. Cada um recebeu R$ 635 mil. Dos ganhadores, 14 já pediram demissão e trabalham só até o próximo domingo.

Dos 47 funcionários do estabelecimento, 20 fizeram uma vaquinha para jogar. Dez garçons, seis copeiros, um cozinheiro, um gerente e dois operadores de caixa juntaram R$ 200 reais, R$ 10 de cada um,
e fizeram 20 jogos. Quem deu azar nessa história foi o copeiro Lúcio
Osório, que em sete anos, pela primeira vez ficou de fora do bolão.

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No restaurante carioca dos sortudos, um garçom ganha em média R$ 2 mil por mês, já com a gorjeta inclusa. Se cada um deles
guardasse o salário integral, sem gastar nada, demoraria mais de 26
anos para juntar o valor do prêmio. Se os funcionários que ganharam o
dinheiro aplicarem os R$ 635 mil na poupança, terão um rendimento de cerca de R$ 3.200 por mês.

O prêmio total da Quina de São João era de R$ 89 milhões. Sete apostas acertaram os cinco números. Um grupo formado por 25 policiais militares de Curitiba também está entre os ganhadores, mas até agora nenhum deles pediu demissão.

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