BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Leitura e sociedade contemporânea
(Águeda Lemos)

Publicidade
O tema é bastante abrangente e rico.
Não se pode falar de leitura e sociedade contemporânea sem antes tecer algumas
considerações sobre comunicação e os instrumentos usuais para que ela seja a
intermediadora entre os sujeitos que
emitem e os que recebem a mensagem. Os meios de comunicação são extremamente importantes enquanto existem aparelhos capazes de captarem e transmitirem a comunicação.

Quando se falam de leitura,
referem-se a textos escritos, imagéticos ou sonoros. Todos levam ao leitor uma
maneira peculiar de ler ou interpretar, muito pessoal e subjetiva. Esse leitor
é o receptor de uma mensagem enviada por um emissor, o escritor, o produtor da
imagem ou do som. Entre um e outro existe o texto, a imagem ou o som, sem os
quais não pode haver interpretação. Há
duas maneiras de interpretar: a formal quando se analisa a obra sob o
crivo da razão sob o olhar crítico,
imparcial; a sentimental quando não tendo que fazer nenhum juízo, deixa-se
levar pelos caminhos dos sentimentos.




Nos dias atuais, podem-se contar
os lares que não possuem sequer um aparelho de radio ou televisão. Cada vez
mais, cresce o número de celulares e
pessoas totalmente dependentes do aparelhinho. Todos os dias um novo modelo
entra no mercado para garantir a alegria e o bem estar dos tecnólatras ou melhor,
pessoas viciadas atentas ao aparecimento do mais novo modelo, como se fosse um
bem de consumo de primeira necessidade. O mesmo se dá com relação à televisão.
Os lares que ainda não possuem pelo menos um aparelho de TV, é porque o sinal de
transmissão não é captado por antenas comuns, ou estão abaixo da linha de
pobreza.


Com o advento da internet a comunicação tornou-se um fenômeno. Com um
computador pessoal as distâncias encurtaram, pessoas conversam entre si com
áudio e vídeo e fazem conferência entre vários participantes; baixam filmes,
textos, música e jogos; fazem compras, pesquisas em todos os campos,
relacionamentos pessoais... A internet permite a interação entre emissor e
receptor em tempo real. O usuário não é
mais só expectador ou consumidor, ele é agora co-produtor de bens culturais
divulgados na internet. Ele pode emitir sua opinião, concordar ou
discordar do autor do texto. Já é possível
interagir com a produção dos programas
de TV no momento em que são apresentados. Até hoje o telespectador foi passivo,
recebendo a comunicação pelo gargalo, sem ter como reagir ou opinar. Amanhã ele
estará conectado com o mundo através das mais variadas conjugações de
linguagens tecnológicas e poderá interagir manifestando sua opinião, mostrando
o seu modo de fazer a leitura de um mesmo texto.

O modo moderno de
interação entre as mídias traz o efeito democratizado de fazer comunicação e de
fazer leitura. É um processo dinâmico, participativo de amplo alcance cujo conteúdo
informal está dentro dos parâmetros da dimensão
social da leitura, ou seja, a exploração midiática cujo objetivo maior é o
interesse, algo proveitoso ou lucrativo entre as partes. Sites variados são
criados arregimentando grupos por
afinidade temática para discussão de algum assunto em destaque na mídia,
atraindo os internautas que se dispõem ao debate e também à “leitura” da
publicidade (que mantém o site).


A preocupação é o volume cada vez maior de pessoas, principalmente
jovens, totalmente enfronhados com o
linguajar internetez destituído de
quaisquer regras de boa escrita. Essa linguagem tem a dinâmica de quem busca
rapidez e abrangência de comunicação que
só a internet oferece.



O computador é um bem
inquestionável, mas, como será o futuro dos nossos jovens quando falamos de
leitura e escrita, se os atuais professores embarcarem na onda do internetez? E, se os intelectuais, os
escritores e autores de obras didáticas também aderirem às modernas
formas de escrita, qual será o rumo da nossa gramática?


Se por um lado considerarmos os avanços tecnológicos, a leitura praticada sob a ótica contemporânea, sem
amarras e cuidados gramaticais, do outro, não se pode negar o retrocesso em
termos de escrita. Se já é difícil para o vestibulando de hoje compreender o
enunciado das questões, que dizer das redações quando o candidato elabora um
texto a partir da interpretação de outro escrito. Toda leitura revela uma
subjetividade e por isso mesmo nunca é
idêntica à outra. É a maneira que cada pessoa sente ou entende a escrita. Da
mesma forma que a escrita é a expressão do que vai na mente ou na alma de quem
elabora um texto, essa escrita necessariamente tem que estar sujeita a normas
muitas vezes desconhecidas, já consideradas arcaicas, ultrapassadas.


Quem escreve sabe que se expõe, está sujeito a criticas e a partir do momento que publica o texto, este
já não lhe pertence porque o leitor o
transforma e produz um novo escrito. São duas experiências de vida, duas maneiras
de ver e sentir, logo, do encontro dessas duas experiências nasce um novo texto
mesmo que não seja publicado.

Considerando o progresso
tecnológico como algo inevitável e próprio da globalização como também as criações dessa área são produtos destinados a movimentar
interesses econômicos cada vez maiores, concluem-se que os aspectos sociais,
educacionais e humanos, continuarão sobrepujados pelos bilionários
negócios das potências que exploram o
comercio das invenções tecnológicas. Essa dicotomia de poderes permanecerá
sempre enquanto não se empenharem massiçamente em educação. Só ela
poderá minimizar o distanciamento entre os dois pólos.



Resumos Relacionados


- Diretrizes Para Leitura, Análise E Interpretação De Textos

- Linguagem Da Internet

- Autobiografia De Um Leitor: Influências Concretas E Materiais Sobre A Leitura E A Escrita

- As VÁrias Possibilidades De Leitura De Um Texto. In: Para Entender O Texto: Leitura E RedaÇÃo.

- A Função Da Leitura



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia