De Coina à Mata da Machada
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Vale a pena realizar um passeio nas margens de um braço do Tejo cheio de história. A Vila de Coina, a Equabona dos Romanos, tornou-se um ponto de passagem importante, ligando, durante séculos, Lisboa ao Sul do País. Hoje, só restam vestígios desta povoação, que recebeu foral manuelino. Junto ao moinho de maré, que ainda se mantém de pé, existem as estruturas portuárias do cais medieval. Antes de sair de Coina em direcção a Vale de Zebro, visite o local onde, no séc. XVIII, funcionou a fábrica de vidros. Também existiram minas de azougue.
Não abandone Coina sem olhar para a Torre do Rei do Lixo, o famoso Martins de Coina, que, com as suas fragatas e varinos, transportava o lixo de Lisboa para adubar as terras da margem sul, nomeadamente as da zona de Azeitão.
À saida para a cidade do Barreiro, à beira da estrada, vêem-se dois enormes fornos de cal, já desactivados. Seguimos esta estrada, mantendo do lado esquerdo do rio e o sapal de Coina, entrando na zona de pinhal até Vale de Zebro. Aqui, se antecipadamente tiver pedido autorização à unidade militar dos fuzileiros, poderá visitar o museu aí instalado em parte do edifício dos Fornos Reais do Biscoito. Este estabelecimento, que hoje pertence à Marinha, assenta numa área que, durante séculos, funcionou como uma unidade industrial para o fabrico do biscoitos para as armadas. Para além dos fornos, existia um moinho de maré que alimentava de farinha os fornos de biscoito.
Depois desta visita, seguimos em frente, para a mata da Machada, zona priviligiada para passeios a pé no meio de vastos e frondosos pinhais. Durante séculos, as madeiras deste pinhal alimentavam os fornos de biscoito, de cal, de pez, de cerâmica e de vidro, e os estaleiros navais, nomeadamente o estabelecimento da telha, dependência da Ribeira das Naus de Lisboa. Avançando para o interior desta mata, depara-se-nos o Campo Arqueológico da Mata da Machada, onde foram postos a descoberto os fornos de cerâmica que datam dos fins do séc. XV.
Para entrar, é necessário pedir autorização à Câmara Municipal do Barreiro. O espólio, à guarda da Câmara Municipal, é dos mais ricos da Europa no género.
Depois desta visita, regressamos, através da mata, para apanhar a estrada que nos leva de novo ao ponto de partida.
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