Moita: Rosário – Gaio – Rosário
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Moita, povoação ribeirinha, é o nosso ponto de partida e de chegada.
O Tejo e os seus sapais dominam a paisagem ainda com fortes vestígios das actividades económicas tradicionais: desde as marinhas de sal, os moinhos de maré, a construção naval tradicional de madeira, e construção de velas para as fragatas, varinos e canoas do Tejo.
Respira-se uma atmosfera diferente daquela que se sente até se chegar a estas paragens, embora quer se venha da Moita quer de Sarilhos Pequenos já se entre numa paisagem que é a continuação desta. Aqui, está muito presente um passado que se prolongou, desde datas muitos recuadas até aos nossos dias, mas, ao mesmo tempo, antevê-se o fim desse longo percurso histórico. Assim, as marinhas de sal já estão desactivadas e os moinhos de maré já caíram; resta apenas a construção naval e o fabrico de velas.
Paramos no Rosário, junto ao rio Tejo, para iniciarmos o passeio, nesta bela povoação ribeirinha da margem sul do estuário. A paisagem dominante que se coloca à nossa frente é o Mar da Palha, com Lisboa como grande cenário ao fundo desse imenso espelho de água.
Mais próximo de nós temos ainda o cenário tradicional de uma povoação ribeirinha: a praia, casas térreas, a ermida, e o local da largada de toiros, que, aqui, é na praia, com o recinto erguido para o efeito, com fragatas, varinos ou batelões.
Daqui, depois de atravessarmos o Rosário, seguimos em direcção ao Gaio, tendo à direita o braço do Tejo, que se estende até à Moita do Ribatejo. A passagem permite-nos adivinhar um passado não distante com este pedaço de rio cheio de vida e movimento, com todo o tipo de embarcações a navegar à vela: fragatas, varinos, botes, canoas. Ainda hoje é assim, quando em dia de festa, as canoas e a fragata e o varino da Câmara Municipal da Moita saem para o Tejo. É um espectáculo de movimentos e de cor.
Continuamos a viagem observando os locais das antigas narinhas de sal, agora transformadas em viveiros de peixe, e paramos na oficina de construção de velas dos irmãos Brás. Há todo um tipo de ambiente e tradição e de saber especializado no campo da construção naval. Das mãos destes dois artistas, saem verdadeiras obras de arte que permitem o aproveitamento da energia eólica.
Na continuação deste estaleiro, fica um pequeno jardim muito bem tratado, junto da água onde estão atracados variadíssimas embarcações do Tejo, com todo o seu colorido.
Depois deste passeio, que nos levou ao território e segredos da construção naval tradicional, regressemos ao Rosário, porque à sempre mais qualquer coisa a descobrir, mesmo no campo da gastronomia.
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